Proposta de alta para a energia requer discussão

06/03/2018 às 21:42.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:43

A proposta anunciada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de reajuste médio de 25,87% nas tarifas de energia dos consumidores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig Distribuição), pegou a população de surpresa e pode impactar o custo das empresas no Estado e garantir uma pressão maior de alta nos índices oficiais de inflação.

Para os clientes ligados à alta tensão, o aumento seria de 34,41% e, para a baixa tensão, o reajuste atingiria 22,73%, índice este que seria aplicado aos consumidores residenciais. A proposta da Aneel fica em consulta pública de hoje até o dia 21 de abril, quando a Agência baterá o martelo. Nesse período, haverá uma longa discussão, inclusive com a realização de reunião presencial na capital mineira, no dia 28 deste mês, quando os diversos setores poderão apresentar propostas.

O ciclo de revisão das tarifas de energia da Cemig ocorre a cada cinco anos – em outras empresas, pode acontecer a cada quatro anos – e busca manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. A Cemig Distribuidora atende 8,2 milhões de unidades consumidoras em 774 municípios em Minas Gerais.

No ano passado, a própria Aneel aprovou uma queda média 10,66% nas contas de luz da Cemig. Para os consumidores de alta tensão, como as indústrias, a retração foi de 21,04%. Já para os de baixa tensão, como comércio e residências, a queda atingiu 5,82%.

O certo é que se não houver uma ampla discussão sobre a proposta apresentada pela Aneel, envolvendo todos os segmentos, a tendência é a de que os consumidores no Estado acabem arcando com uma tarifa mais onerosa. 

Considerado alto pela própria direção da Aneel, o reajuste deve ser repassado ao consumidor final pelas indústrias afetadas, como as do setor de panificação. A tendência também é de que o aumento nos preços das tarifas prejudique ainda mais as empresas já atingidas pela crise econômica e exerça uma maior pressão nos índices de inflação, que já têm sofrido a influência dos constantes reajustes de preços principalmente do diesel e da gasolina, pressionados a partir da nova política de preços adotadas pela Petrobras em 2017.
 

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