A escola foi sempre foi um local de formação de cidadãos, muito mais do que de alunos excepcionais. É nela que aprendemos, ou deveríamos aprender, além das disciplinas “normais”, noções básicas da vida em sociedade, como respeito ao outro, tolerância e responsabilidade social.
Por muitas vezes, a escola foi – e ainda é – utilizada como ferramenta de difusão de valores que interessam a correntes específicas ou a quem está no poder. Antes, a Educação Moral e Cívica, por exemplo, era atacada por ser “coisa de militares”. Hoje, a chamada “ideologia de gênero” é a bola da vez.
Educar um cidadão para uma sociedade sadia vai além de decorar os hinos Nacional, da Bandeira e da Independência ou discutir o movimento LGBT. É, acima de tudo, colocar as necessidades do coletivo acima das individuais. Trocar o “eu” pelo “nós”. Ou melhor: o “meu” pelo “nosso”.
Há quatro anos, projeto de Orçamento Participativo nas escolas de BH vem dando a sua contribuição para desenvolver em crianças e adolescentes o costume de se envolver com as decisões que afetam a todos.
O que esses alunos escolhem não importa muito. Cada comunidade escolar tem suas carências e perfis. O mais importante é a caminhada e todo o processo que precisa ser realizado para que aquela ideia se torne realidade.
Até a pequena verba é interessante, pois as crianças já se acostumam a buscar soluções funcionais e com gastos dentro do orçamento previsto.
Por incrível que pareça, esse comportamento de jovens e crianças dentro de escolas da capital mineira é o que mais precisamos hoje nas camadas mais altas de poder no país: pessoas que pensam nos outros, que cuidam dos outros. Que vejam um novo hospital não como um gerador de votos, mas como um recurso que vai melhorar a vida daquele grupo de pessoas beneficiadas.
E a criança que toma gosto por isso, certamente vai repetir o comportamento pela vida inteira. Na vida pessoal, no trabalho e, principalmente, quando for escolhida para exercer uma função pública.
Esse projeto planta uma semente importantíssima para que o Brasil se torne um país mais humano em um futuro não tão distante.