Viadutos viram casa para os sem teto

08/11/2017 às 22:54.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:37

O desemprego que atinge quase 13 milhões de brasileiros, a crise econômica e o achatamento da renda têm empurrado cada dia mais gente para as ruas. Sem emprego e dinheiro para o aluguel, a saída é buscar moradia e abrigo nas vias públicas.

Esse é o retrato mais cruel da recessão e da falta de oportunidade no mercado de trabalho. Em Belo Horizonte, o cenário se repete e é assustador. Basta uma volta rápida pelas avenidas de grande circulação de carros e pessoas na cidade para constatar que moradores de rua agora voltam a ocupar viadutos, túneis, trincheiras e pontes da capital mineira. Há sem teto que se arrisca debaixo das passarelas para se esconder da chuva, muito comum nessa época do ano.

O problema volta à cena da capital após muitos elevados construídos para facilitar o fluxo de veículos terem sido esvaziados pela Prefeitura de Belo Horizonte. Nos últimos anos, algumas ações desenvolvidas pelo poder público obrigaram a retirada dessas pessoas, como até mesmo a instalação de grades em estruturas do Complexo da Lagoinha.

Ao contrário dos sem teto que improvisam caixas de papelão e cobertores em busca de proteção sob as marquises, as pessoas que se instalam nos viadutos montam barracos com tapumes e lonas. Até sofás são objetos comuns. Os locais de maior concentração são as avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos, por onde passam mais de 205 mil veículos diariamente.

O prefeito Alexandre Kalil prometeu ampliar o número de leitos em abrigos. O problema é que muita gente se recusa a sair da rua e ir para esses locais. Alguns acabam se envolvendo com drogas e outros vícios, como o alcoolismo, grave doença entre a população sem teto.

De acordo com a Secretaria de Assistência Social, existe um Serviço Especializado em Abordagem Social, que atua em toda a cidade, acompanhando as pessoas em situação de rua.

Além disso, uma parceria com o instituto Darcy Ribeiro vai viabilizar a abertura de 120 novas vagas, em um abrigo, na região central de Belo Horizonte. A previsão é a de que o local comece a funcionar na primeira quinzena de dezembro. Mas é uma solução paliativa. Investimentos em educação, emprego e saúde são o melhor remédio.

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