Meu amigo Advogado

17/08/2016 às 20:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:25

“Advogado escreve bilhete, faz cliente repensar e desistir de divórcio”. Esta notícia repercutiu alguns meses atrás nas mídias sociais e hoje, ao relê-la, encontrei inspiração para a nossa coluna. 

Em fevereiro deste ano, um advogado de 26 anos, natural de São Sebastião do Paraíso, cidade do Sul de Minas, auxiliou um casal que estava decidido a se separar a repensar o relacionamento e continuar a relação. Ele foi procurado por uma jovem que está casada desde o final de 2013. Segundo o advogado, ela queria saber o valor de uma separação, como ficaria a questão da guarda da filha deles e quais seriam os procedimentos. Ele ouviu tudo e percebeu que, durante a fala, ela lembrava que o marido era um bom pai e que, no início do relacionamento, ele era muito bom pra ela. 

"Esteja certo que, sendo um bom amigo e conciliador, os clientes chegarão até você"

  

Ao perceber que ainda havia sentimentos na fala da mulher, o advogado decidiu fazer com que a cliente pensasse melhor sobre o assunto. Para isso, resolveu utilizar o mesmo papel em que estava anotando a documentação necessária para a separação para deixar alguns questionamentos. As perguntas “eu fiz tudo que pude para salvar meu casamento?”, “o divórcio é a melhor opção hoje?”, “quem são minhas influências?” e, por fim,”quantos momentos vocês superaram juntos e como se conheceram” – fizeram com que a jovem repensasse a decisão. 

Depois de duas semanas, o casal retornou ao escritório para agradecer. O advogado ficou feliz e disse que estava perdendo uma cliente. Eles responderam que tinham ganhado um novo amigo.

Muito bacana a história, não é verdade? O bom advogado não se preocupa em captar clientes a todo momento, ele procura conquistar novos amigos. A perda de um cliente hoje pode significar o ganho deste mesmo cliente para o resto da vida. Para não dizer todas as indicações que seu novo amigo fará.

Contrariando o senso comum, o advogado não precisa se valer de subterfúgios para exercer a sua profissão. Transparência, honestidade, busca pela conciliação e resolução dos conflitos não impedem que o advogado conquiste clientes, pelo contrário, são as portas de entrada para o maravilhoso mundo da advocacia.

O advogado deve procurar ser um líder nato e conciliador. Os bons advogados que eu conheço são chefes de família, amigos para todas as horas, exercem trabalho voluntário ou algum cargo não remunerado em órgãos representativos. Eles descobriram que fazer e, principalmente, cultivar amizades, é uma excelente estratégia para ter perenidade no árduo e concorrido mercado da advocacia.

Se você ainda é estudante de Direito sugiro que se torne um conciliador em algum órgão do poder judiciário. Se já está formado, considere a advocacia voluntária como forma de se aperfeiçoar em métodos conciliatórios. Enfim, nunca é tarde para começar a resolver conflitos. Esteja certo que, sendo um bom amigo e conciliador, os clientes chegarão até você.


Abraços e até a próxima!


 

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