Nesta semana o meio jurídico foi surpreendido com a notícia de que um escritório de advocacia nos EUA contratou um robô advogado. Sim, é isso mesmo que você leu. Ele utiliza inteligência artificial para consultar, pesquisar e interpretar textos jurídicos. Além disso, o robô consegue responder perguntas com base em pesquisas na legislação e jurisprudência, bem como monitora sites jurídicos para notificar usuários de novas decisões legais. A esperança de seus desenvolvedores é que o robô consiga levar o acesso a serviços jurídicos a mais pessoas, uma vez que, nos Estados Unidos, cerca de 80% dos cidadãos que precisam de um advogado não conseguem pagar pelos serviços de um. Cenário bem semelhante ao brasileiro.
Lendo referida notícia, confesso que não fiquei surpreso. A tecnologia está invadindo o mundo jurídico e trazendo benefícios para os operadores do Direito e cidadãos. Aproveito a oportunidade para levantar um questionamento: por que a OAB tem tanto receio em modernizar a profissão? Seria por medo de prejudicar o advogado ou para defender os interesses das grandes bancas? Não sei a resposta, sei que a tecnologia será sempre uma aliada, desde que utilizada com sabedoria e a favor dos interesses de toda a classe, principalmente da enorme massa de advogados que não são donos de grandes escritórios.
“Mas, Tomaz, como a tecnologia pode ajudar no dia a dia do advogado? Nos dê exemplos”. Bem, vamos lá. Primeiramente, a tecnologia pode ajudar o advogado a captar serviços jurídicos e clientes. As plataformas de advogados correspondentes, como o Juris Correspondente, ajudam o advogado a obter uma renda extra, ao prestar serviços para colegas de comarcas distantes. Além disso, a advocacia correspondente economiza tempo e dinheiro de quem contrata esse tipo de serviço. Plataformas para recebimento de casos jurídicos, como o Dubbio, ajudam o advogado a encontrar clientes em potencial. No que tange à operacionalização do Direito, a tecnologia também está trazendo inúmeros benefícios. A digitalização dos processos, apesar das falhas, agiliza a prestação jurisdicional, encurta distâncias e facilita o acesso aos autos. Para gerir o escritório, encontramos hoje uma série de softwares e aplicativos que auxiliam no acompanhamento processual, gestão da equipe, controle financeiro, de ponto, de horas trabalhadas e afins.
Outros tantos auxiliam na comunicação, como o WhatsApp, transporte, como o Uber, deslocamentos, como o Waze, e por aí vai.
A tecnologia é sim uma aliada e o robô advogado jamais substituirá o homem! Afinal, o Direito é uma ciência humana e é impossível que seja regido somente por fórmulas matemáticas. Duvida? Coloque o robô advogado para receber um cliente complicado em seu escritório e vamos ver como ele se sai. Robôs serão sempre incapazes de entender todas as nuances que envolvem o existir. Eles podem ter cérebros poderosos, porém não têm coração! O Direito é ciência em evolução permanente e está aliado aos valores da sociedade. Valores não podem ser lidos, interpretados e reproduzidos por máquinas.
E você, tem medo de ser superado ou substituído por um robô? Bobagem! Se o robô advogado conseguir aumentar o acesso à Justiça, melhor para todos, afinal, quanto mais processos, maior a necessidade da presença de advogados. E, para não dizer que, uma hora ou outra, o próprio robô poderá precisar da ajuda de um.
Abraços e até a próxima quinta.