A decepção da torcida atleticana com a derrota de 2 a 0 para o Flamengo, ontem de manhã, no Mané Garrincha, em Brasília, é mais que justificada, principalmente pelo fato de, pela segunda vez, após uma rara semana livre de treinamentos, o time de Marcelo Oliveira entra em campo e decepciona, não só no aspecto tático e técnico, mas também em relação à disposição, entrega, briga pela bola.
E como isso aconteceu justamente nos dois confrontos mais importantes para a Massa, contra Cruzeiro e Flamengo, a situação fica ainda mais grave. A motivação para encarar os dois rivais históricos é quase automática na Cidade do Galo, pelo que os duelos representam.
No jogo de ontem, o Flamengo, que assim como o Atlético também tinha desfalques importantes, soube explorar as deficiências que o time de Marcelo Oliveira apresenta, na recomposição defensiva. Pressionou, abriu o placar no início e aí tudo ficou mais fácil.
Na volta do segundo tempo, quando o Atlético ameaçava novas posturas, tática e de comportamento, o garoto Felipe Vizeu praticamente “matou” o jogo aproveitando uma falha do zagueiro Erazo, que teve uma atuação muito ruim.
Além dos aspectos de campo, o que impressiona no Atlético 2016 é a insistência com a improvisação do lateral Patric em funções ofensivas. Tudo bem, a ausência de Cazares foi de última hora, mas o trabalho de um treinador é conseguir adaptar sua equipe às necessidades, e faltou isso a Marcelo Oliveira.
Pior que Patric de titular é Hyuri entrar em campo como solução no segundo tempo. Jogador que despontou muito bem no Botafogo, não conseguiu sucesso nessa volta ao Atlético e toda semana surge uma notícia de transferência dele. Mesmo assim segue sendo usado, vivendo momentos de incerteza, o que pode estar atrapalhando ainda mais o seu desempenho.
Além da preocupação com a atuação ruim do time, a derrota de ontem pode fazer com que o líder Palmeiras abra amanhã, quando recebe o Santos, no Allianz Parque, 11 pontos de vantagem em relação ao Atlético. Corinthians e Grêmio já abriram boa vantagem também. E achar que são apenas 14 rodadas não é o raciocínio certo.
No caso de quem está atrás, buscando o G-4, tem que se pensar é que já se passaram 14 rodadas. Não dá para dizer que foi um tempo perdido pelo Atlético. Mas, sem dúvida, a equipe de Marcelo Oliveira ainda precisa se encontrar.