No jogo de um time só, quem jogou, ganhou

13/06/2016 às 07:38.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:52

Quando se analisa um jogo de futebol, pode-se usar o aspecto coletivo do jogo, as estratégias das equipes, a tática utilizada, mas também a qualidade individual dos jogadores em campo.

No clássico de ontem, vencido pelo Cruzeiro por 3 a 2, na terceira vitória consecutiva sobre o Atlético, dentro do Independência, ficou evidente que apenas uma equipe tinha estratégia de jogo: o time de Paulo Bento.

O português armou sua equipe para jogar nos erros do Atlético, um time com muito pouco poder de marcação, que é facilmente envolvido pelos adversários, e a prova matemática disso é o fato de dividir com o Coritiba a condição de pior defesa deste Campeonato Brasileiro.

As reclamações, principalmente dos torcedores, estão muito em cima dos zagueiros, principalmente Leonardo Silva, que não é mais o mesmo, e Gabriel. Até o goleiro Victor vem sendo contestado, pois realmente vive seu pior momento no Atlético, o que acontece desde que voltou da contusão que sofreu no início da temporada.

Mas o problema maior do time está no meio. Os volantes marcam muito pouco. Rafael Carioca principalmente. Participa pouco do sistema defensivo do time. Não faz coberturas. É um primeiro volante “sem sangue”. No dia em que está inspirado, pela qualidade técnica que tem, é bonito. Quando isso não acontece, é decisivo para o fracasso do sistema defensivo, como aconteceu ontem.

Os gols de cada lado são a prova final de que um time só jogou. Os três do Cruzeiro, mesmo o de Bruno Rodrigo, com Arrascaeta “achando” ele, foram construídos. Os dois do Atlético, foram “achados”.

Por falar em Arrascaeta, nenhum esquema dá certo sem a qualidade individual. Se os laterais Lucas e Bryan, ambos expulsos, atrapalharam, os outros oito jogadores de linha de Paulo Bento se desdobraram, sendo que Arrascaeta, além disso, brilhou pela capacidade técnica.

Foi o nome do jogo, dando a assistência para os três gols, sendo que nos dois primeiros após jogadas maravilhosas, com dribles desconcertantes em Leonardo Silva e Gabriel, respectivamente.

São apenas sete rodadas disputadas e é triste ver o melhor mineiro na Série A, o Cruzeiro, ocupar apenas a 15ª posição. Pior que isso, Atlético e América estão na zona de rebaixamento.

O pior é que não vejo, nos três, uma briga muito diferente da que fazem neste momento. Tomara que esteja enganado.

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