Partiu Riascos. Mas só ele?

17/07/2016 às 23:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:20

O desabafo de Riascos saiu melhor que encomenda para o Cruzeiro após a atuação decepcionante na derrota de 2 a 0 para o Fluminense, neste domingo (17), no Rio de Janeiro.

O que impressiona não é nem a frase do jogador, no meu entender claramente se referindo ao seu próprio desempenho, pois no mundo da bola já ouvimos coisa muito pior de gente com a cabeça quente logo após o apito final e uma derrota nas costas.

A administração da situação pelo diretor de futebol do Cruzeiro, Thiago Scuro, é que causa perplexidade. Pode ter sido mandado a falar, mas de toda forma, a condução do caso está longe de ter sido a ideal. Até porque, NESSA e ESSA mudam completamente o contexto da frase do atacante colombiano.

E a reação do diretor cruzeirense deixa o clube vulnerável no que se refere a uma ação na Justiça do Trabalho. Não vou citar os advogados que consultei, pois eles pediram que não fizesse isso. Mas o que importa é que o Cruzeiro corre sim o risco de ainda perder uma batalha nos tribunais para o folclórico colombiano. Pode sim ser configurado um assédio moral nas declarações. E como diz o ditado popular, cabeça de juiz...

Para quem chegou tão bem recomendado e com uma preparação invejavél, Scuro falhou num momento chave, em que a cabeça fria tinha que ser a arma. Agiu como diretores de futebol dos anos 70 e 80, aqueles que eram conselheiros e ocupavam o cargo, sem remuneração, apenas por ter participado da chapa do presidente e achar que entende de futebol.

E falhou mais uma vez, coisa que tem se tornado rotina na sua passagem pela Toca da Raposa II. E a prova definitiva disso são as contratações efetuadas no início desta temporada, com os reforços se transformando em problemas, não em soluções.

Falhou ainda na condução da comissão técnica. Desrespeito maior com o torcedor que o de Riascos foi o de Paulo Bento, que escalou Allano simplesmente para mostrar que não se guia pela cabeça dos outros, como já tinha declarado após o vexame diante do Atlético-PR, na seguda-feira (11), no Mineirão.

Não era o momento. Nem psicológico muito menos técnico de Allano estar em campo, após o ocorrido contra o Furacão. Mas o português preferiu afrontar, mostrar independência, e comprometer o desempenho do time com mais uma péssima exibição de um garoto que vai virando marca de um momento ruim em que a culpa dele é quase invisível.

E escalar Allano não foi o único erro do treinador, amparado por um contrato em que tem garantia de receber até dezembro de 2017, em mais um erro de Scuro, pois quando você busca um treinador em Portugal está fazendo uma aposta. Se Manoel estava no banco, é porque poderia jogar. E ele não jogar é um absurdo diante da fragilidade da defesa cruzeirense.

Transformar Riascos em bode expiatório é o caminho mais fácil para o frágil Cruzeiro neste momento tão difícil e conturbado, em que o time volta à zona de rebaixamento.

São muitos os erros, também as derrotas, já são 15 rodadas disputadas e o cenário vai deixando cada vez mais claro que talvez seja pouco partir apenas o Riascos.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por