Alegria, alegria!

06/08/2016 às 07:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:11

Um amigo fotógrafo publicou outro dia, em seu facebook, uma bela imagem de Jô e Ronaldinho Gaúcho finalizando aquela coreografia que todo atleticano se habituou a ver em 2012 e 2013, quando batiam peito no ar após o gol feito por um dos dois.

Uma das chaves para explicar o sucesso daquele grupo, que conquistou a Libertadores e abriu caminho para uma mudança de estigma no clube, era a alegria. Sem nunca perderem a seriedade e o respeito, R10, Jô e companhia pareciam ter a alegria nos pés.

A bola corria célere e feliz pelo gramado, sentindo-se mimada e querida, atendendo aos caprichos dos jogadores. De tão feliz, era capaz de cometer loucuras que encantavam a todos, como passar por baixo da barreira e estufar as redes, numa cobrança de falta.

Nós, nas arquibancadas, gravávamos essas imagens na mente como um filme colorido e otimista, rebobinando várias e várias vezes, sem achar repetitivo e chato. Sensação que, nos últimos quatro jogos especialmente, passamos a desfrutar de novo.

Com Robinho, Fred, Lucas Pratto e Maicosuel, o Atlético reencontrou a sua alegria de jogar, voltando a um lugar do qual nunca deveria ter saído, quando treinadores retranqueiros quiseram inverter a lógica do futebol – o gol, como todo mundo sabe, é o momento máximo.

Hoje o time tem praticamente quatro atacantes, não muito diferente de três anos atrás, quando Ronaldo, Tardelli, Bernard e Jô invadiam o campo adversário como quem fazia uma dessas operações cirúrgicas, rápidas, indolores e eficazes. 

Antes desse novo quarteto fantástico, havia uma grande força para tudo acontecesse e a bola chegasse ao gol. A bola e os jogadores pareciam brigados, com nada dando certo. Um gol era como um milagre, recebido mais como um alívio do que prazer.

Para quem acompanha os jogos do Galo, esse estado de espírito renovado começa dentro de campo, com os próprios jogadores, com as constantes reuniões no meio de campo, antes, durante e depois de cada partida, reafirmando o pacto feito.

Uma pessoa mais mística diria que faltavam os quatro elementos estarem no lugares certo para a felicidade voltar ao alvinegro. Foi só Pratto voltar de contusão, contrariando quem achava que ele não poderia jogar ao lado de Fred, para se dar a magia.

Robinho já fazia feitiço com os pés, enganando os olhos dos seus adversários com a hipnose de suas pedaladas, mas talvez não tinha com quem realizar suas tabelas incríveis, como num jogo de fliperama. Ganhou um mago, Maicosuel.

O Mago é a lança desse grupo, abrindo caminho na defesa inimigo a todo custo, sem rodeios. Fred é o escudo, recebendo o impacto do outro lado para que seus companheiros possam passar. Seria o autêntico pivô, mas prefiro dizer tackle, como no futebol americano.

Pratto é mais ou menos como Tardelli, sempre se apresenta, seja a dificuldade que for. É o símbolo da raça, do fazer tudo por essa camisa. Junto a Robinho, Maicosuel e Fred, parecem imbatíveis, com o gol se tornando uma questão de tempo.

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