Ciúmes do Ex

14/03/2017 às 12:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:44
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

Carlos Roberto / Hoje em Dia 

 É um tabu, eu sei. Pouca gente fala ou admite, mas não sou eu apenas que torce contra um determinado jogador que deixou o Atlético e passou a atuar por outro clube brasileiro, mesmo quando a sua saída foi facilitada pela equipe alvinegra, após anos de bons serviços prestados, como foram os casos de Lucas Pratto e Carlos.

Nenhum médico diagnosticou esse síndrome, apesar de amigos meus garantirem que se trata de mero ciúme, como uma ex-namorada. Mesmo que tenha partido de você o término da relação, continuamos monitorando os passos da garota, mentalizando que ela nunca encontrará um companheiro tão bom, guardando seu retrato 3x4 junto à coleção de papel de carta. Para sempre.

Não chego a tanto nesse ciúme, no máximo revivendo as conquistas, como ver o Réver levantando a taça de campeão da Libertadores de 2013, no Mineirão. O zagueiro foi para o Internacional, onde deixou a desejar, apesar de ter eliminado o Galo na Libertadores de 2015. Mas no Flamengo parece ter renascido para o futebol, titular absoluto da posição.

Só espero que o Carlos não vá para o Flamengo após ser emprestado ao colorado gaúcho. Quando ouvi na TV que o Inter tinha perdido na rodada de domingo do certame regional, diante do Juventude, corri para a internet, só para saber se o atacante tinha jogado. Entrou no segundo tempo, no lugar de Brennan, como já era praxe no Atlético.

Donizete está na reserva do Santos, sem conseguir cair ainda nas graças dos torcedores. Provavelmente estaria na reserva do Galo, após a contratação de Elias, mas a sua entrada em campo era sempre certeza de muita entrega. Depois daquela novela toda para evitar a sua saída para um time turco, Patric acabou sendo emprestado ao Vitória, que contratou Dátolo e flertava com Carlos.

Não é só o clube baiano que queria se aproveitar da queima de estoque atleticana. O Santos cresceu o olho no time inteiro do Atlético. Queria Clayton, Robinho e, se bobear, até o Belmiro, massagista. O Santos era o Corinthians de 2016, quando o Timão levou Giovanni Augusto, André e Guilherme, que antes deu um passeio na Turquia. Nesse ano, trouxeram o Jô.

É bom deixar claro que essa torcida contra só vale para times brasileiros. Edcarlos no Olimpia, tudo bem. Ronaldo Conceição no Peñarol, melhor ainda. Pratto no São Paulo, não pode. Ainda mais marcando gols do jeito que está, tornando-se sensação no Campeonato Paulista. É certo que Fred está melhor que ele como o homem de área do Galo, mas qual foi a vez que esses grandes nos repassou um jogador de ponta?

Fred veio brigado do Fluminense. Jô também estava às turras com o Internacional, assim como o Ronaldinho Gaúcho, na época do Flamengo. A única exceção pode ser o Victor, que experimentava bom momento no Grêmio quando aportou por aqui, em 2012. Nesse caso, porém, podemos dizer que era coisa de destino, como uma ação milagrosa de Deus. Como católico devotado que é, sabe que o matrimônio é indissolúvel.

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