Geração 2016

18/09/2016 às 09:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:52

Não sou saudosista a esse ponto, até porque a permanência do Atlético no topo do futebol brasileiro, nos últimos quatro anos, não permite que a gente olhe tanto para o passado assim. 

Mas há quem defenda a saída de Marcelo Oliveira e torça pela volta de Cuca, o treinador campeão da Copa Libertadores de 2013 e agora líder do Brasileiro com o Palmeiras. Ou quem lamente o fim do ciclo Levir Culpi, comandante da épica campanha na Copa do Brasil de 2014, especialmente após a vitória de 4 a 2 do Fluminense sobre o Galo, na segunda-feira.

Na verdade, fico feliz ao perceber que, no entra e sai de jogadores e técnicos, o padrão se mantém elevado, com recém-chegados que contribuem bastante e se adaptam ao estilo atleticano, de muita entrega em campo. 

A cada temporada, surgem nomes que se transformam na síntese do que o time mostrou naquele ano. Guilherme, Ronaldinho, Jô e Bernard em 2012 e 2013. Tardelli, Luan, Dátolo e Carlos, em 2014. Pratto, Rafael Carioca, Douglas Santos e Jemerson, em 2015. Agora, vemos Erazo, Robinho, Cazares e Fred, principalmente.

O gol solitário na partida contra o Sport, quinta passada, espelha bem essa ideia: o equatoriano Cazares, que voltava de um longo tempo inativo, devido à contusão, tinha acabado de entrar, no segundo tempo, quando enfiou a bola para o venezuelano Otero (em sua melhor partida até agora). 

O último “gringo” contratado  tocou para o volante-artilheiro Júnior Urso, outro nome que permaneceu no DM por várias rodadas, que, postado na entrada da grande área, girou e armou um chute certeiro para gol.

Todos os envolvidos no lance vieram para o Atlético nessa temporada e, ao lado de Robinho, Fred, Erazo, Fábio Santos e Maicosuel, que retornou ao time após empréstimo ao mundo árabe, vêm sendo o destaque do grupo, diferentemente dos “veteranos”. 

Victor continua milagreiro, mas duas contusões o deixaram de fora por um longo período. Mesma situação para Marcos Rocha e Dátolo, que também convivem com constantes problemas de lesão. O argentino está há quase três meses sem jogar e estava para ser negociado. 

Espécie de talismã do Atlético, Luan passou por cirurgia, voltou a campo e a fazer diferença, como a alma do Galo, mas acabou se contundindo novamente. Carlos foi ainda mais “azarado”. Depois de também entrar na faca, em janeiro, retornou ao time sem a mesma segurança, saindo de campo mancando várias vezes, até quebrar o pé num treino, encerrando a temporada 2016 no estaleiro. Pratto também não vive bom momento, sem conseguir se adaptar ao novo esquema, com Fred no papel de pivô e homem de frente.

Há aqueles jogadores que, entra ano e sai ano, seguem “segurando o piano”, como Léo Silva, Rafael Carioca e Leandro Donizete. Viraram quase um patrimônio do Atlético, assim como Victor. Mas os holofotes estão mesmo com os que vieram para o clube nesse ano. Em relação aos heróis das conquistas passadas, o que  esses calouros não têm é um grande título. 

A “geração 2016” conta com o mesmo faro artilheiro de Jô, nos pés de Robinho e Fred, um quarteto ofensivo tão agudo como os campeões da Libertadores, mas não exibe ainda a sorte e o gosto pelos incríveis épicos que alguns jogos se transformaram, em 2013 e 2014 principalmente. Em 2016, sinto falta daquela partida que teremos o prazer de narrar aos nossos filhos e netos.

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