No momento de perigo, chamem o He-Man

21/03/2017 às 12:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:49

Agência Estado / N/A

   Gostava da Teela, fazer o quê? Coisa de pré-adolescente com hormônios prestes a explodir. Achava o Príncipe Adam meio almofadinha e o Gorpo irritante, mas não perdia um episódio. Ao final de cada história de “He-Man”, após o defensor do castelo de Grayskull liquidar com as artimanhas de Esqueleto pela enésima vez, um dos personagens conversava diretamente com o público para falar da lição daquela aventura. Lembrei-me dessa parte educativa ao ver o jogo do Atlético contra o Tricordiano. He-man salvou o alvinegro nos últimos instantes, mantendo-o invicto no Campeonato Mineiro, mas ficou o alerta sobre marcar um gol e achar que a partida está ganha. Ficou também a impressão de que Felipe Santana de uma forma ou outra sempre atrapalha – o zagueiro encobriu a visão de Giovanni no momento do gol adversário. Assim como eu só tinha olhos para as coisas boas da animação (leia-se: Teela, mais charmosa e inteligente, convenhamos, que a She-ra, irmã de He-Man que ganhou um desenho só para ela), não posso desmerecer um dado positivo dessa vitória em Divinópolis, ao constatar que a sorte voltou a sorrir para o Atlético, da mesma forma que em 2013 e 2014. É bom ter um herói de nossa infância na área para consertar o que está errado. Antes de eu depositar na conta de Nossa Senhora, como faria o Cuca, meu amigo Caio lembra que o jogo foi o 13º do Galo no ano – oito partidas pelo Mineiro, duas pela Primeira Liga, uma pela Libertadores... e duas por aquele torneio da Flórida, que para alguma coisa serviu. É a mística do 13, estampada no número da camisa de Rafael Moura. Fui ler sobre He-man na internet e descobri que fizeram 130 episódios com o príncipe de Eternia... Nessa busca, também me surpreendi ao saber que, num gibi lançado recentemente, He-man foi morto por Mum-Ra, o vilão de “Thundercats”. De repente, fiquei preocupado com a paixão das minhas manhãs diante da TV: o que teria acontecido com a capitã ruiva da guarda real de Eternia? Como numa espécie de autoterapia, entendi a razão de ter Juliane Moore como minha atriz predileta e torcer para a Viúva Negra em “Vingadores”. À parte cores de cabelo, quem tem a força no momento é o Atlético. Como no desenho da década de 80, o time alvinegro precisará da ajuda de Mentor (Cazares) e da Feiticeira (Robinho e suas jogadas mágicas) para não só tirar alguns esqueletos de seu caminho em 2017 como também evitar um novo curto-circuito e, do forte e corajoso Gato Guerreiro, não virar o tímido e sensível felino Pacato.

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