O problema é a direita

01/06/2017 às 16:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:33
 (Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

(Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

Bruno Cantini/Atlético/Divulgação / N/A

  

A sensação é de filme repetido. No mesmo Independência, saindo de campo mancando, quando o relógio marcava pouco mais de 20 minutos do primeiro tempo. Foi assim com Luan, diante do Sport Boys. E agora com Marcos Rocha, contra o Paraná.

 Entre a primeira e a última contusão do lado direito atleticano, ainda tivemos a perda de Carlos César, reserva imediato de Rocha, que preferiu se machucar no Maracanã, na estreia no Campeonato Brasileiro, diante do Flamengo.

 Em minhas contas, é uma baixa a cada 15 dias nesse setor do campo. E se o jogo contra os paranaenses tivesse sido hoje, 1º de junho, seria um jogador por mês: abril, com Luan; maio, Carlos César; e Rocha, no dia 31 de maio, primeiro em algum país do Oriente.

 Para quem gosta de bizarras coincidências, os três jogadores “de lado”, como gosta de dizer Roger Machado, se contundiram em competições diferentes: Copa Libertadores (Luan), Copa do Brasil (Rocha) e Campeonato Brasileiro (Carlos César).

 Se continuar assim, é de se esperar que Alex Silva, que voltou de empréstimo ao América assim que os médicos alertaram que Carlos César ficaria fora por quatro meses, machuque na Primeira Liga, competição que será retomada em agosto.

 Depois de ler que uma fenda na Antártida fez “curva” para a direita e está prestes a criar um gigantesco iceberg, do tamanho de 500 mil campos de futebol, agora tenho certeza que o problema na direita não é um fenômeno atleticano.

 Meu amigo Artêmio, que é professor de história, usa o meu Galo para falar de política, de um mundo que sofreu guinada à direita. Não uma direita qualquer, mas a extrema direita, que, voltando ao futebol, imagino ser um ponta bem aberto, como um Cazares.

 Mas Cazares, felizmente, é de direta, de esquerda, de centro, de todos os lados. O equatoriano parece estar em todos os lugares, com a bola sempre passando por ele e sendo redistribuída, com toda justiça, para os atacantes carentes.

 Fred era um desses carentes, pobre coitado. Após um início avassalador na temporada 2017, marcando um gol atrás do outro, diminuiu o ritmo e poderia muito bem entrar num programa do tipo Bolsa Família.

 Antes o problema era a esquerda. Basta lembrar que o volante Richarlyson ocupou essa lateral na campanha de 2013. E quando era para atacar, o time ficava torto, explorando mais a direita. Problema que só foi solucionado com a chegada de Douglas Santos, em 2014.

 Douglas se foi e veio outro Santos, o Fábio, que ungiu de vez o setor. Tão besuntado foi que ele é o único jogador full time do Atlético, intocável, insubstituível. Um semestre quase já foi embora e Leonan, seu reserva, mal tocou na bola.

 Fábio Santos, pelo visto, é titular e reserva dele mesmo. Quando Roger poupou vários jogadores para a partida contra o Sport Boys, na Bolívia, pela Copa Libertadores, quem ocupou a lateral-esquerda foi ele.

 O que me faz pensar que ele seja o jogador mais valioso do Galo. É o que tem mais quilometragem em campo provavelmente. Prova de que ele e o Atlético foram feitos um para o outro é que o anúncio de sua chegada aconteceu num 12 de junho, dia dos namorados.

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