(Band)
Por Filipe Papini - fpapini@hojeemdia.com.br
Que o Masterchef é um sucesso comercial e de audiência para Band, isso ninguém discute. De olho neste brilho todo, a emissora decidiu esticá-lo de todas as formas possíveis, a ponto de atingir a exaustão, literalmente. Na final do programa, por exemplo, que foi exibida na última terça-feira (23), a atração foi além das já habituais 2h15 de edição, e ganhou, pelo menos, mais meia hora de muita enrolação no seu decorrer.
Além da enrolação típica de finais, o MasterChef Brasil recorreu a artifícios desnecessários, visto que já nadam de braçada na audiência, se considerarmos o contexto da emissora, da concorrência e do horário. Elencamos seis momentos embaraçosos para o programa:
1) Se a ideia era ter plateia, a ideia não funcionou muito bem. Nos três ambientes diferentes preparados para a final, a impressão para o telespectador era de espaços lotados de pessoas aleatórias. Ficou confuso - e também forçado, como a "torcida" para os participantes na chegada à sede da emissora paulista, em automóveis da montadora patrocinadora. No final das contas, 90% do programa foi gravado e as inserções ao vivo só aconteceram nas chamadas do intervalo e no anúncio do vencedor.
2) Em um dos estúdios era esperada (conforme prometido pela produção em chamadas e convites à imprensa) a participação ao vivo de influenciadores digitais que comentariam o programa pelo Twitter, em tempo real. O que aconteceu, no entanto, foi um desperdício de nomes como Milton Neves, ThaynaraOG e Lucas Sales, que foram verdadeiros figurantes. Não deu pra ver a diferença entre a participação deles no estúdio ou em casa vendo pela TV como todo mundo.
3) Durante a exibição das provas entre os finalistas Leonardo e Bruna, cortes em câmera lenta e depoimentos de ex-participantes era algo que servia apenas para preencher espaço e não acrescentava em nada na trama. Alguns cozinheiros que tiveram, inclusive, mais destaque ao longo do programa, sequer tiveram fala, enquanto outros, sem protagonismo na edição, apareceram com frequeência.
4) Diferentemente da primeira edição do programa, a presença de familiares dos finalistas não somou em nada no capítulo final. Muito pelo contrário. O programa tentou dar um ar piegas à presença deles e, no final das contas, só serviu para mais encheção de lingüiça e preenchimento de minutos na grade.
5) Os três já conhecidos jurados do programa – Paola Carosella, Eric Jacquin e Henrique Fogaça – estavam presentes o tempo todo durante o programa ao vivo, mas também como cenário. Suas vozes só foram ouvidas durante as provas gravadas. Nem mesmo para anunciar o vencedor da competição qualquer um deles apareceu para justificar a escolha. O telespectador ficou esperando para saber por qual motivo Leonardo venceu Bruna. Foi na sobremesa? Na barriga de porco? Na entrada? Ninguém sabe...
6) Por falar no anúncio do vencedor, no momento derradeiro foi feito um suspense ao melhor estilo João Kléber antes da inserção de um VT comercial com compilados de tweets engraçados sobre o programa. Em suma: o clima de tensão da escolha do ganhador foi bruscamente interrompido por uma inserção em tom de comédia. Algo totalmente fora do tempo e mal amarrado.
Enquanto as quase três horas de programa eram exibidas, telespectadores reclamavam da esticada do Masterchef até depois de 1h da madrugada: