Autora de Justiça, Manuela Dias revela seu processo criativo ao 'Ofício em Cena'

27/08/2016 às 21:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:35
 (Rede Globo)

(Rede Globo)

Na trajetória, poucas produções grandiosas. No entanto, o que se espera de Manuela Dias é uma brilhante carreira na reinvenção dalinguagem da televisão brasileira. Há 20 anos Manuela escreve para teatro, cinema e TV, e consegue sempre seduzir o público já nas primeiras palavras, seduzindo-o para mergulhar no universo que constrói para seus personagens. FGoi assim em Ligações Perigosas, e agora na minissérie Justiça, que já conquista o público do horário nobre ao apresentar uma linguagem e uma narrativa reinventada. Tudo isso faz dela a próxima entrevistada do "Ofício em Cena", previso para ir ao ar na próxima terça-feira, dia 30, às 22h30, na Globo News.

O programa, aliás, é um dos tesouros da Globosat. Uma produção simples, sem grandes artifícios, com diálogo aberto com público e telespectador e convidados interessantes e dispostos a desnudar o fazer artístico na televisão (na Globo, especificamente).

Nesta edição, Manuela conta como constroi sua "dramaturgia de rua", com conversas comuns, intimidade dos grandes e dos pequenos eventos. Em sua trajetória, que dividiu com o público na gravação, Manuela correu atrás sempre de boas histórias, e chegou até mesmo a levar uma placa para o centro do Rio de Janeiro, um gravador de áudio e muitas moedas de R$1. Ela pagava com uma moeda por cada história que quisessem lhe contar.

Durante a entrevista, revelou processo de sua construção dramatúrgica. Manuela gosta de trocar ideias com sua equipe, mas considera o diálogo uma parte pessoal e intransferível do processo: "Eu sempre brinco, Hamlet é 'Ser ou não ser', não é o cara que quer vingar a morte do pai porque o tio casou com a mãe. Quantas pessoas sabem da história do Hamlet? Mas todo mundo sabe que 'Ser ou não ser, eis a questão'. Tanto que eu falo para os atores: 'Não mude sem falar comigo, me mande sua dúvida e eu retrabalho. Porque, pra mim, o processo é vivo até a edição. Não é um escritor que está lá longe, encastelado, e ele vai mandar o seu texto. Não, eu estou viva o tempo todo", conta. 

Sobre Justiça, contou que a ideia nasceu quando uma funcionária de sua casa sofreu uma injustiça parecida com a da personagem de Adriana Esteves na trama.

Manuela se revela simples e perseguidora de seu sonho como profissional roteirista. Em momento tocante do programa, contou como foi trabalhar com Gabriel Garcia Márquez, Nobel de Literatura e autor de Cem anos de Solidão. Com ele, foi uma das nove alunas de sua última turma de cinema. Aprendeu a extrair o que é realmente interessante de uma história. Contar o que é essencial dentro do mais trivial.

"Ofício em cena" vai ao ar na próxima terça-feira, às 23h30, na Globonews

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