Carta para os filhos

28/01/2017 às 22:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:37

Se há um grupo de pessoas que me causa empolgação... ah, esse grupo é o da juventude. Já vi muitos jovens recuperarem-se do mau caminho e outros tantos progredirem intelectualmente.

E eis que uma jovem universitária prestigiou-me com a leitura do meu último artigo, em que lancei a pergunta: “Aonde você quer chegar daqui a 9 anos”.

No melhor estilo Erico Veríssimo, ela comentou que “o tempo é como o vento, impossível segurar”. E perguntou-me: “Tem tido alguma inspiração?”. “Eu me inspiro nos jovens que ousam sonhar” – respondi. E fiquei pensando na nossa responsabilidade de professores e jornalistas, seguidos por nossos alunos e leitores.

Mas, como santo de casa não faz milagre, tenho a mesma dificuldade da maioria dos pais: ser ouvido pelos filhos. Para ser justo com eles, não é que não me ouvem; é que não me sinto à vontade de falar certos assuntos com eles.

Quando faziam o ensino fundamental, ajudei nas primeiras letras. Alguns anos depois, palestrei no colégio deles. Falamos sobre postura escolar, “bullying”, técnicas de estudos, relações afetivas e sexualidades, prevenção ao uso de drogas, sonhos e futuro.

Quando faziam o ENEM, cumpri o papel de orientá-los sobre as profissões. Quando surgiram os namoros, falei sobre coisas do coração. Mas - sabe como é, né? – somos nós, os pais, que temos dificuldades para falar com os filhos.

É por isso que decidi escrever estas linhas. Quem me inspirou foi a jovem universitária, como já dito. Mas os destinatários são meus filhos. A eles eu digo: Vocês estão no caminho certo. Não levem a sério quando me queixo que não me ouvem. Os pais são assim mesmo. 

Sigam estudando. E, quanto à superação, não se preocupem com o colega ao lado, nem com este quase ancião, às vezes rabugento, que passou em 15 concursos. Preocupem-se em superar a si mesmos.

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