No livro Síndrome de Peter Pan, o autor Dan Kiley fala sobre a emancipação feminina e as dificuldades de muitos homens em lidar com isso. O fato de a mulher não mais precisar de um marido ou companheiro para viver assusta muitos homens. Quando ela é concurseira, assusta mais ainda.
Para compensar essas dificuldades, muitos namoros começam com ostentação de dinheiro e poder, como se o homem estivesse falando: “Você não precisa trabalhar. Renuncie aos seus sonhos e desejos e atenda exclusivamente os meus”.
Isso faz lembrar as peças publicitárias de um cartão de crédito que sugere diversas coisas que se pode pagar com dinheiro, mas a última cena é aquela que não tem preço. Um relacionamento de ostentação, de exibição da mulher como um troféu, pode ter cenas semelhantes que escondem um pretendente opressor, travestido de bom rapaz. Vejamos:
Celular de última geração, só para pedir o telefone dela: R$ 7.000. Conta do jantar com vinho francês: R$ 500. Suíte do motel, pois ela aceitou uma cantada sem graça: R$ 700. Flores e mensagens no “dia seguinte”: Sem tempo para essas futilidades.
No mesmo “dia seguinte”, esperá-la durante horas à porta da escola, fingir um encontro casual e desprezá-la, só para saber quem é que manda: R$ 130 do estacionamento. Estudar e aprender junto com ela: desnecessário para quem sabe tudo.
Terapia para entender as mulheres, pois ela já não faz o que você manda e se atreve a manifestar vontades, desejos e sonhos: R$ 3.400 na fatura mensal. Usar o dinheiro de forma responsável e dar a atenção que ela merece, no “dia seguinte” e em todos os outros dias, conquistando o amor, a confiança, respeito e admiração: Não tem preço.
E a paráfrase final: existem mulheres que o dinheiro não compra. Para todas as outras existe um opressor que só atrasa a vida delas.
Parabéns às mulheres, especialmente às concurseiras. Não desistam dos seus sonhos. E bons estudos.