Ética, moral e trabalho

31/05/2017 às 18:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 15:32

 Frederico Divino*

Assunto discutido em vários locais (acadêmicos, profissionais, domésticos, grupos de amigos, entre outros), a ética e a moral são alvo de várias interpretações e práticas diferenciadas nos inúmeros locais onde existem seres humanos. ‘Criada’ a partir da conduta cultural e temporal de um povo, a moral é vista, basicamente, como um conjunto de normas sociais que deveriam ser seguidas por quem as criou com o intuito de trazer a harmoniza social e a felicidade de todos. A ética dentro deste contexto viabiliza a prática das condutas dos sujeitos dentro dos seus locais de trabalho, de suas escolas, de suas casas e grupos de amigos. Vivendo, porém, em uma sociedade na qual as canetas devem estar presas às mesas para evitar que “sumam” de forma mágica, algumas condutas antiéticas são vistas de forma relativa objetivando o alcance de desejos pessoais. 

A ética escolar, empresarial, e pessoal são alguns exemplos de abordagens que explicarão os comportamentos dos sujeitos nos diversos momentos de suas vidas. Para que haja um ‘padrão’ de conduta a ser seguido pelas pessoas emergem nas empresas os Códigos de Condutas Éticas que apresentarão de forma clara, objetiva e por escrito o que é esperado de cada trabalhador. Lembrando que a ética pessoal é como dizem “o que fazemos quando ninguém nos observa”, o desejado é que os sujeitos pratiquem a ‘ética da virtude’, forma pela qual todos os seres têm a pré-disposição para o bem próprio e social e viverão de forma a promover o bem comum. 

Oposto ao esperado, algumas pessoas apresentam a ética cosmética na qual a exposição perante os outros se dá de forma distinta ao que realmente é vivido. As pessoas mostram-se de uma forma ética e moralmente correta, porém, na realidade, não seguem o que elas mesmas apresentam. Tal comportamento pode ser influenciado por variadas situações como, por exemplo, a vaidade, a busca por determinado objetivo e o reconhecimento social. Em algumas profissões tais ações são ainda mais claras de serem observadas, uma vez que pode envolver a imagem e reputação do sujeito considerando-se o cargo o qual a pessoa ocupa. 

A evidência que algumas ocupações traz para determinados profissionais pode fazer com que a busca por uma maior promoção e ‘espaço ao sol’ leve o sujeito a tomar decisões que comprometam cada vez mais sua reputação por meio de ações antiéticas. É dever de todos considerar nos variados momentos de suas vidas, sejam eles em família, na escola e no trabalho, uma regra básica de ética: o quero, posso e devo. Só haverá harmonia individual e coletiva se o que o que quisermos for o que pudermos e o que devemos fazer, enquanto não alcançamos este estágio utópico vivamos fazendo o que devemos e podemos mesmo que não seja o que queiramos.

(*) Gastrólogo, mestre em Educação e Desenvolvimento Local, professor das faculdades Promove e Kennedy de BH

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