A salvação esperada

23/06/2017 às 14:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:13

Aristoteles Atheniense*

Na recente posse da nova diretoria do PT, Lula se gabou em ser o único brasileiro em condições de livrar o país das tormentas por que vem passando. Seria ele, pois, o candidato ungido por forças superiores a debelar a crise atual: “Se o PT deixar, serei candidato para voltar a ver uma sociedade mais igual”.


Sem se referir aos cinco inquéritos a que responde, o êxito de sua proposta não dependeria da aprovação de seu nome pela Executiva do partido. Mas, sim, da Justiça eleitoral, que poderá torná-lo inelegível, ante o desfecho daqueles processos, aplicando-lhe a Lei da Ficha Limpa.


No entendimento do líder trabalhista, o seu retorno ao Palácio do Planalto não será difícil, nem afetado pela crise econômica herdada do governo Dilma, pois, “a melhor experiência de governança neste país foi do PT”, ao passo que a situação de 14 milhões de desempregados não passa de um “fato alternativo”.

Mesmo apontado por Joesley Batista como tendo sido contemplado com uma propina vultuosa, Lula não se deu por atingido pela gravidade da denúncia, ao ponto de afirmar, sarcasticamente, naquela noite de festa: “Estou quase fazendo delação para pegar meus US$ 82 milhões”. Acrescentando: “O país nunca precisou tanto do PT quanto agora”, pois, “O PT é o único capaz de devolver a alegria ao povo brasileiro”. 

Ao invés de defender-se com provas concretas de sua inocência, Lula optou pela exaltação do sindicalismo, a exemplo do que fez Lech Walesa na Polônia, que fracassou como presidente. Ambos não mereciam atingir o elevado posto a que chegaram, pois não passavam de ídolos de pés de barro, que ganharam renome graças aos expedientes populistas adotados junto àqueles que não discerniam o que havia de mentira em suas pregações. 

Desde que instituiu, em 2011, a sua empresa LILS, Lula passou a proferir palestras, contando com o patrocínio de mais de 40 empresas. Convenhamos que um expositor dotado de português sofrível, incorrendo em erros gramaticais elementares, que nem sempre respondia as indagações que lhe eram dirigidas, não merecia cobrar R$ 500 mil por apresentação, por mais generosos que fossem os seus apoiadores.

Assim, como já é penta nos processos criminais a que responde, não tardará a tornar-se hexa, o que, certamente, o levará de volta a um novo encontro com o juiz Sérgio Moro...

(*) Advogado e Conselheiro Nato da OAB, diretor do IAB e do Iamg.

  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por