Agroindústria: destravando a legislação

08/08/2017 às 14:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:58

Zé Silva*

Uma de nossas bandeiras com o trabalho parlamentar é contribuir, sobretudo no âmbito da legislação agroindustrial, para que a agricultura familiar tenha reais condições de avançar e ocupar mais celeremente as diversas etapas da cadeia produtiva de alimentos. 

O queijo Minas artesanal, um símbolo de nossa agroindústria familiar e da cultura mineira, só recentemente foi “libertado” das amarras de uma legislação que remonta ao final da Segunda Guerra, em 1952. Depois de uma longa luta de mobilização, reunindo produtores, técnicos, consumidores e ações parlamentares que tivemos a honra de liderar no Congresso Nacional, finalmente o queijo Minas artesanal pode ocupar livremente todos os mercados. 

E os recentes prêmios que esses produtos mineiros conquistaram na França, país reconhecido mundialmente também pela excelência de sua agroindústria artesanal, são exemplos de sua aceitação e reconhecimento pelos mercados consumidores mais exigentes. E principalmente revelam as oportunidades reservadas à nossa agroindústria familiar.
Mas quero ressaltar nesse momento mais um sucesso e exemplo da capacidade empreendedora da agricultura familiar quando avança para a agroindustrialização e ocupação de mercados para os seus produtos. Falamos de uma agroindústria conduzida por agricultores familiares do estado da Paraíba, em São Sebastião de Lagoa de Roça, a pouco mais de 100 km de João Pessoa.

A história começou com apenas 20 agricultores familiares que criavam frangos caipiras. Decididos a avançar na cadeia produtiva, criaram uma cooperativa e, com recursos do Pronaf, uma política de crédito para a agricultura familiar, construíram um abatedouro e assumiram os processos industriais e de comercialização. Hoje, são cerca de 160 famílias tocando esses processos e, com a participação de associações de agricultores familiares de outros 22 municípios da região, estão processando e comercializando seis mil aves/dia.

Por enquanto essa comercialização se restringe aos mercados institucionais, por meio de programas da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, como o  Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Mas já se preparam para ocupar os supermercados do Nordeste ainda este ano, completando um ciclo fundamental para o desenvolvimento rural sustentável.

Continuamos determinados nesses esforços para a agricultura avançar na cadeia produtiva, sobretudo nos processos de agroindustrialização. Isso significa produtos de qualidade para os consumidores, geração de renda, trabalho e mais oportunidades para empreendedores do meio rural. 

(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG

  

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