Atividade física auxilia no combate ao câncer

20/11/2017 às 06:00.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:45

Marcos Viotti (*)

A atividade física é uma das maiores aliadas quando se trata de saúde. Mas existe alguma relação na prática de exercícios com a prevenção ao câncer? E como forma de tratamento, existe algum benefício?

Preventivamente, a atividade física combate o sedentarismo e a obesidade, que contribuem para a formação de radicais livres, que estão relacionados diretamente com o câncer, aumenta o metabolismo basal do indivíduo, influencia diretamente no estímulo das células NK (resposta a células tumorais e infecções virais), auxilia no aumento da densidade óssea e melhora do sistema imunológico, equilibra os níveis hormonais que, desregulados, podem ter participação no surgimento do tumor, dentre diversos outros benefícios. 

Aqueles que têm histórico familiar da doença devem ter sempre uma atenção especial, acompanhamento médico, e estar com exames em dia. Mas o fato de não ter nenhum histórico não te torna invulnerável aos riscos.

No indivíduo portador do tumor, primeiramente, é importante ressaltar a necessidade de uma liberação médica para a prática de exercícios físicos. O câncer leva a uma série de alterações metabólicas no corpo humano, podendo destacar, para o nosso tema, a competição do tumor com o nosso organismo pelo consumo da glicose, substrato fundamental para funcionamento do organismo, e também na prática de atividades físicas para produção de energia, destacando que esse gasto calórico ocorre tanto em atividade quanto fora dela, variando o valor. 

O indivíduo ativo fisicamente, além de aumentar o metabolismo basal, que é a quantidade mínima de energia para funcionamento das funções vitais do nosso corpo em repouso, entra como aliado do nosso corpo nessa competição pelo uso dos substratos energéticos, podendo dificultar o crescimento tumoral.

Já em casos de tratamento, auxilia na manutenção da força muscular e minimiza a perda da mesma durante os procedimentos, fato fundamental para o controle da fadiga do paciente. 

Estudos sobre o tema passaram a ser desenvolvidos na virada do século XXI, com publicações em periódicos como Journal of Biological Chemistry e Biochemistry. Eles comprovam a redução da taxa de mortalidade em portadores do tumor, destacando que a intensidade do exercício é fundamental.

Há pesquisas comprovando a eficácia de atividades de intensidade leve a moderada, mas alertando os perigos de atividades de intensidade alta. A regularidade também é fundamental.

Exercícios físicos indicados podem variar desde musculação a hidroginástica, dança, caminhada, bicicleta, dentre outros. O importante é haver a orientação de um profissional de educação física, respeitando os limites do aluno, associada a uma alimentação saudável, direcionada por um nutricionista, e contato com o médico responsável pelo mesmo. O trabalho multidisciplinar é indispensável. 

(*) Educador físico e professor de musculação do programa Care da rede de academias Bodytech

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