Balanço

26/12/2017 às 20:45.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:27

Aroldo Rodrigues*

Com o fim do ano se aproximando é de praxe fazer avaliações do que deu certo, o que deu errado e como evoluir. Sob a ótica dos fatos econômicos, 2017 foi marcado por dois pontos centrais: reformas estruturais e o fim da recessão. Nunca antes na história deste país havíamos enfrentado um período de turbulência tão longo, ainda sentimos a recessão causada pelas ingerências da presidente Dilma que se iniciou em 2014. O desemprego ainda em alta e o crescimento comprometido são algumas heranças.

O mercado de trabalho enfrentou muitas dificuldades em 2017. O indicador é o último a entrar na crise, mas também o último a sair dela. A cada divulgação do Caged durante o ano pudemos acompanhar um lento mas contínuo movimento de recuperação dos postos de trabalho formal. Nada que impulsionasse os empregos, muito menos que o fizessem voltar aos níveis de antes da crise, mas toda recuperação começa a partir de um ponto.

O crescimento, que poderia ser um impulso para a retomada das contratações segue a passos lentos. Mas isto não quer dizer que é algo ruim, comparando claro com o cenário que era projetado. Antes do Impeachment não havia sequer este crescimento pífio no horizonte. 1% é a taxa de crescimento prevista pelos analistas e divulgada no último Boletim Focus do Banco Central. Esta baixa taxa reflete um mercado ainda cauteloso, mas convicto de que o pior já passou. 

As reformas não saíram na quantidade nem com a agilidade que o país necessitara. A trabalhista modernizou as relações entre patrões e empregados, nos coloca na era do home office, do trabalho por demanda, inclui trabalhadores que até então estavam à margem da legalidade e incentiva novas contratações dada a segurança jurídica agora existente. Já a reforma política de tão tímida não causou impactos relevantes.

Com crescimento previsto de 2,6 % podemos ter em 2018 o ano da redenção, mas como nem tudo são flores, este desempenho depende muito da aprovação da reforma da previdência, um dever de casa que era para ter sido entregue ainda este ano. Também nos será dada uma oportunidade de ouro, a de filtrarmos na urna que serão nossos representantes. Estou otimista, e você? Feliz 2018!
*Economista

  

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