Brasil e Israel

10/07/2017 às 14:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:28

Aristóteles Drummond*

O recente livro sobre o estadista brasileiro Oswaldo Aranha, iniciativa de seus netos Pedro e Luiz Corrêa do Lago, faz lembrar a histórica atuação do biografado na presidência da Assembleia Geral da ONU, em 1947, que criou o Estado de Israel. Ali está evidente que a aprovação não foi fácil e que o empenho do brasileiro foi decisivo para a vitória da proposta. 

As primeiras levas de portugueses que vieram povoar o Brasil eram de “cristãos novos”. No segundo Império, recebemos grande número de judeus, patrocinados pelo próprio Imperador Pedro II, que apoiou operação montada pelos barões franceses Rothschild e Ulrich. No final do século XIX, chegaram ao sul aqueles que vieram a formar a aristocracia judaica brasileira a partir do Rio Grande do Sul. Mas, antes, já tínhamos sinagogas no Recife e em Nilópolis, no Rio de Janeiro. 

A má vontade de influentes correntes de esquerda permitiu a veiculação de inverdades, inclusive a conotação negativa do que é o movimento sionista, que defende tão somente o Estado criado pela ONU. A inspiração da criação da Associação Sionista Brasil-Israel, pelo jornalista Ronaldo Gomlevsky, uniu a parte pragmática da comunidade e os cristãos identificados com a cultura judaico-cristã que consagra as duas religiões e dividem os mesmos mandamentos da lei de Deus, ditados ao patriarca Moisés, bem antes de Cristo.

Nunca é demais lembrar que o Estado de Israel é a única democracia naquela região, com respeito aos direitos humanos em todos os sentidos. E que as comunidades israelitas, pelo mundo afora, estão sempre majoritariamente alinhadas com a democracia e a livre empresa como instrumentos de progresso econômico e social.

Lendo tanta bobagem por aí, é bom lembrar o papel dos judeus e sua presença na formação do povo brasileiro, assim como de gente oriunda de todas as raças, religiões e nacionalidades, que nos deram este perfil de tão boa integração.
Abaixo o preconceito!

PS: No artigo da semana passada escrevi que a bancada no Senado nunca foi tão fraca, me referindo ao Rio e pode ter parecido, por erro meu, que me referia a Minas, onde os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia bem representam o Estado.

(*) Escritor e jornalista

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