Aroldo Rodrigues*
O PIB de 2016 apresentou um retrato muito negativo da economia brasileira. Mas um retrato que deve já se mostrar como coisa do passado. A indústria, que foi o primeiro setor a entrar em crise, já dá sinais de que o pior já passou.
Após três anos de crise, se começa a ver uma luz no fim do túnel, embora a saída ainda possa levar algum tempo.
Como a economia passou por uma recessão histórica, agora começa a respirar um pouco melhor, mas o ritmo de recuperação vai depender de muitos fatores, inclusive do espaço político para o governo seguir adiante com as reformas e outras medidas que possam dar sustentação a um crescimento mais consistente.
A agropecuária, novamente, assume papel de protagonismo na economia brasileira. O campo tem sido responsável pela geração de postos de trabalho, atenuando as estatísticas ruins que amargamos neste indicador.
A safra recorde de grãos, que proporcionou o maior crescimento para um trimestre (primeiro trimestre de 2017)<TB>desde 1996, ajudou a impulsionar a retomada da economia, inclusive com reflexos no desempenho do segundo trimestre.
A indústria também tem demonstrado sinais de retomada, com um crescimento muito atrelado ao consumo interno. Consumo aumenta na medida que se confirma um cenário de inflação e juros mais baixos, com mais oferta de crédito e menos endividamento, junto com manutenção do desempenho positivo do de trabalho.
O setor industrial pode obter resultados melhores via exportações. Mas nem todos os segmentos têm vocação para exportar. A nossa burocracia tupiniquim atrapalha bastante os empreendedores de buscar expandir seus negócios para o mercado externo.
A questão da competitividade, é um problema diante das ineficiências do país e do próprio setor que, durante o período de vacas magras, reduziu muito os investimentos.
Mesmo ainda tendo sérios entraves, parece que estamos de vez no trilho certo. Prova disso é o otimismo que toma conta do mercado financeiro, conhecido por ser extremamente cauteloso. Na última segunda o Ibovespa superou a marca de 74 mil pontos.
A bolsa antecipa a tendência de crescimento de lucros da empresa e da economia, gerando boas expectativas para o crescimento no curto prazo.
(*) Economista