Como correr muitos riscos na vida e não morrer

28/08/2017 às 14:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:18

Mauro Condé*

Breve história sobre correr riscos: Naquela manhã, Aron, um alpinista experiente, saiu de casa para mais uma aventura radical. Ele escalou as pedras do Blue John Canyon, em Utah-Estados Unidos. Tudo ia muito bem até que, no caminho de volta, Aron sentiu a perna faltar aos seus pés e acabou escorregando e caindo no fundo de uma estreita fenda. Era o início de uma martírio que duraria exatos 5 dias e 7 horas. 

Preso a uma pedra, sem comida, sem água suficiente e sem celular, Aron precisou se valer de sua imaginação, inteligência e enorme vontade de superação para conseguir sobreviver. Para saber mais dessa história leia o livro ou assista ao filme “127 horas”.

A história acima ilustra uma situação muito comum em nossas vidas: Correr riscos e tomar decisões difíceis, onde precisamos perder algo muito importante para talvez ganhar. Nesses momentos, que estratégia devemos adotar para correr riscos sem perder a vida?

Primeiro, precisamos saber que, ao contrário do que parece, risco não é para ser evitado, risco é para ser administrado. E como administrar bem os riscos que a vida nos impõe periodicamente?

A história acima ilustra o esporte que mais nos ensina a administrar riscos – o alpinismo, que é a melhor metáfora para o ato de termos que encarar riscos durante a vida. O bom alpinista, o bom corredor de riscos, é um mestre em analisar a situação e separar a probabilidade da gravidade e das consequências.

Se um alpinista estiver no topo de uma montanha com 8 mil metros de altitude e precisar pular para outra montanha de igual tamanho, antes de pular ele precisa analisar a probabilidade e a gravidade ou a consequência da queda.

Se a distância entra as duas montanhas for de 50 metros, a probabilidade do alpinista cair é altíssima e a gravidade ou a consequência da queda é fatal. Neste caso, o alpinista jamais se arrisca. Por outro lado, se as montanhas estiverem distantes uma da outra apenas separadas por um vão de 50 cm, a gravidade ou consequência da queda também será fatal, mas a probabilidade disto acontecer será praticamente nula. Diante da baixa probabilidade, o alpinista certamente se arrisca.

Não deixe de correr riscos na vida só por medo da gravidade ou consequências dos mesmos, avalie a sua probabilidade de ocorrência e siga em frente, caso esta seja muito baixa. Afinal, um navio parado no porto é muito mais seguro, mas não é para isso que um navio existe.

(*)  Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco

  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por