Condomínios digitais

21/03/2018 às 21:43.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:58

Daniel Pimenta *

Se pararmos para pensar sobre a quantidade de aplicativos criados, ao longo dessas últimas duas décadas, com o objetivo de reunir as pessoas em torno de um “bate-papo” comum, veremos que não foram poucos. Desde a criação do LinkedIn em 2003, ou mesmo do Orkut e Facebook em 2004, as redes sociais foram surgindo com os mais variados objetivos, formas, e adquirindo adeptos em todo o mundo. Um desses aplicativos, conhecido e utilizado por milhões de pessoas e empresas é o WhatsApp.

Se você está precisando comprar uma peça para sua máquina de lavar ou mostrar para a pediatra o aspecto da picada de mosquito na perna do seu filho ou mostrar para o martelinho de ouro como foi o estrago do seu carro, você não vai precisar ir à loja de máquinas ou ao pediatra ou à oficina: envie as fotos via WhatsApp. Até xerox de documentos, em determinados locais, são resolvidos pelo envio da foto pelo aplicativo, e impressão no local. A praticidade desse aplicativo e de tantos outros, para a resolução de problemas do dia a dia, torna os mesmos importantes ferramentas de contato. Mesmo sendo virtual. Porém precisamos estar atentos a essa definição: ferramenta de auxílio, e não de substituição. Uma boa conversa ao pé do ouvido jamais será substituída por um aplicativo.

Você já deve ter experimentado entrar em um grupo de WhatsApp que começou nas melhores das intenções, e depois os ânimos foram se alterando. Aí você saiu do grupo e não sabe até hoje como terminou aquela discussão. Isso não é raro acontecer. Certa vez entrei em um grupo do bairro. Havia moradores e comerciantes da mesma rua. O que era pra ser um grupo de segurança, com alertas e comunicados sobre suspeitos na rua, virou um grupo de bate-boca virtual. Tudo porque um dia uma moradora resolveu pedir ajuda para retirar uma cachorra que estava deitada no meio da rua, aparentemente machucada. Tal fato virou uma discussão, para saber se aquilo era ou não assunto sobre segurança. Uns interpretaram que um animal no meio da rua poderia provocar um acidente, comprometendo a segurança de motoristas, pedestres e moradores.

Outros interpretaram que aquilo era para fazer propaganda do negócio, pois a moradora tinha uma loja de animais. Outros ainda retrucaram aqueles que reclamaram do pedido de ajuda, dizendo que eles não ligavam para os animais, que eram insensíveis e aí a confusão já estava formada. Muitas vezes o moderador do grupo não consegue conter os ânimos, e a única solução é retirar o integrante do grupo. Percebemos assim importância do aplicativo como ferramenta, e como utilizá-lo de forma que não prejudique os demais membros. Caso contrário, o grupo pode virar uma verdadeira briga de condomínio. 


(*) Formado em Engenharia Elétrica pela UFMG, mestre em Otimização pela mesma, e professor do curso de Tecnologia em Redes de Computadores da Faculdade Promove. Ocupa o cargo de Analista de Datacenter da NET, do grupo Claro Brasil.

 

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