EDUCAÇÃO QUE LIBERTA

22/03/2018 às 21:13.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:59

Maurilio Pedrosa*


O dia 15 de março é marcado pela celebração do Dia da Escola, instituição de importância imprescindível para o desenvolvimento intelectual dos cidadãos, assim como base para socialização. Por mais que na teoria seu valor seja inquestionável por governantes e sociedade, na prática o país precisa avançar, de imediato, para a oferta de escolas melhor estruturadas, com profissionais valorizados e que entreguem educação de qualidade a todos os seus alunos.

As consequências da baixa eficiência de muitas escolas do Brasil se concretizam de forma direta no elevado número de analfabetos funcionais, na alta taxa de evasão escolar entre os ensinos fundamental, médio e superior, além de muitas repetências ou avanço nas séries sem o conhecimento prévio para a concretização da aprendizagem. Indiretamente, os reflexos se dão na ampliação da desigualdade social e na falta de preparo de milhares de pessoas para o mundo do trabalho.

Um dos ambientes em que a baixa escolarização predomina é o das prisões brasileiras. Segundo informações do Ministério da Justiça, 61% dos presos no país possuem apenas o ensino fundamental incompleto, sendo que parte deles nunca frequentou uma escola e são analfabetos. Na outra ponta, presos com ensino superior concluído ou cursos de pós-graduação, não chegam a 1% do volume total.

Para enfrentar essa realidade, o Minas Pela Paz aposta da educação de qualidade como forma de dar oportunidade de inclusão às pessoas privadas de liberdade, sejam jovens em cumprimento de medidas socioeducativas ou detentos do sistema prisional. O Projeto Trampolim abre vagas em programas de aprendizagem para que jovens possam conciliar estudo e trabalho formal para impulsionar uma nova realidade em suas vidas, protegidos do mundo do crime.

Aos adultos que cumprem suas penas nas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs), o Minas Pela Paz oferta cursos de qualificação profissional realizados pela Escola Móvel SESI/SENAI, além de capacitações específicas dos parceiros Sebrae, Senac e Tio Flávio Cultural para abrir aos detentos oportunidades de estudo e de trabalho.

Por esses projetos, são mais de 440 jovens com contratos de aprendizagem e mais de 5.800 recuperandos certificados, aptos para uma atuação profissional e, sem dúvida, melhor preparados para o convívio social.


(*) Gestor do Minas Pela Paz
 

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