Emprego na pauta

18/07/2017 às 15:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:37

Aroldo Rodrigues*

Com a aprovação da reforma trabalhista, o emprego, ou o melhor, o desemprego, voltou a tomar conta dos debates nacionais. O governo defende que a reforma por si só impulsionará a retomada das contratações no país. Temos aí uma meia verdade. Fato é que a legislação trabalhista precisava ser modernizada. É praticamente impossível uma lei da década de 40 ser eficaz nos dias de hoje, ainda mais em um período de constantes transformações tecnológicas que vivemos.

A revisão na lei pode contribuir para melhorar o ambiente de contratações, por flexibilizar e modernizar as relações trabalhistas, permitindo, por exemplo, o trabalho em casa, o que aumentará a produtividade em várias empresas. Com a reforma, as regras do jogo serão mais claras e o empregador correrá menos riscos ao contratar, o que, naturalmente, irá incentivá-lo a admitir mais mão de obra para ampliar suas operações. 

Com a nova legislação o ambiente melhora, mas não podemos colocar a responsabilidade da volta do emprego nas costas da reforma trabalhista. O que de fato gera postos de trabalho é o crescimento econômico. Como sempre, falamos aqui, a redução da taxa básica de juros (Selic) pode ser um combustível para melhorar o desempenho da economia, e parece que é isso que o Banco Central deve fazer. 

A inflação menor nos últimos dois meses servirá de estímulo para que o Copom continue cortando os juros, ao menos é isto que os economistas ouvidos pelo Banco Central estimaram em suas projeções no Boletim Focus desta semana. É o segundo recuo seguido da estimativa, atingindo a marca de 8% para Selic em dezembro deste ano.

Com este cenário, os analistas também previram um crescimento de 0,34% da economia em 2017. Resultado praticamente nulo, mas é um grande avanço para um país que amargava recuo de mais de 3%. Para 2018, a atividade econômica volta a aquecer e deve fechar o ano com crescimento de 2%. Aos poucos já vemos reflexos desta tímida recuperação no mercado de trabalho.

A geração de empregos formais foi positiva pelo terceiro mês seguido. No semestre, a criação de empregos formais contabiliza saldo de 67.358 novos empregos, vagas puxadas mais uma vez pelo setor agrícola. 

(*) Economista, consultor de empresas e professor universitário.

  

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