Esperteza nunca mais

24/02/2017 às 15:57.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:42

Aristóteles Drummond*

Os setores mais responsáveis da sociedade, os poderes da República e a sociedade civil precisam construir uma pauta comum e centrarem seus esforços na direção da paz, segurança e progresso do Brasil. O que temos assistido é a um divórcio entre poderes constituídos e sociedade como um todo.

A pauta do Congresso deve evitar incluir temas que possam parecer voltados à impunidade, à anistia de malfeitos, à proteção de homens sob suspeição. Mesmo que alguns destes assuntos sejam necessários, neste momento soam como inoportunos. A pauta tem de ser as reformas para a saída da crise, e sem demagogia. O povo já sabe que recuperar passa pelo sacrifício dos primeiros anos. O povo foi vítima, mas a falência do Estado é uma realidade.

O desgaste Dos politicos não favorece a democracia que vivemos. E os políticos que estão no comando do país, parecem não entender que os acontecimentos  são observados e analisados com velocidade nos meios de comunicação e nas redes sociais. Não há lugar para espertos e espertezas, é bom lembrar.

Temos prioridades, inadiáveis, como estancar o desemprego que cresce, desburocratizar para atrair investidores, sem os quais não poderá haver empregos, melhorar a arrecadação, dar eficiência no mais curto prazo a educação, saúde e segurança pública. A paciência popular vem se esgotando. 

A grande estadista inglesa Margaret Thatcher disse com propriedade que os governos não têm dinheiro; o dinheiro é do povo e os governos apenas administram o que arrecadam da sociedade. O mundo já não aceita o uso de abuso do dinheiro do povo.

A dinâmica do processo é tal é que já não se pede a ação dos MPs e do Judiciário em geral, mas, sim, a celeridade. A morosidade  é interpretada, e com razão, como ajuda a  impunidade. Um político com mandato ou com foro especial, demorando a ser julgado, é beneficiado. Em Minas, onde as evidências são mais gritantes, o governo passou da metade de seu mandato e nenhum processo relevante, entre os muitos existentes, foi a julgamento.

Estamos chegando ao limite da ordem, da paz social, da credibilidade internacional. Não podemos nos transformar numa nova e grande Venezuela. Nem queremos. Mas tudo pode acontecer.

(*) Jornalista e escritor

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