FUTURO SUBTERRÂNEO DA MINERAÇÃO

28/03/2018 às 23:14.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:04

PATRICK LUIZ DE CASTRO ROCHA FERREIRA e NELSON FERREIRA FILHO  *

O setor da mineração vivenciou, nos últimos anos, vários desafios econômicos e desastres ambientais. Hoje a indústria da mineração está experimentando um renascimento e um renovado senso de confiança. Esta retomada de crescimento foi marcada pela convenção da Prospectors and Developers Association of Canada, ocorrida em Toronto, nos dias 4 a 7 de março de 2018 onde reuniu mais de 25.606 pessoas.
No Brasil, a mineração a céu aberto tem seu foco principal no minério de ferro que representa cerca de 12% das reservas mundiais. Já o potencial da mineração subterrânea é pouco conhecido, tanto em relação ao mercado de trabalho quanto ao número de extrações de minérios e gemas em atividade no país.
Minas se destaca pelas minas de ouro e de zinco. O ouro representa o segundo maior valor de exportações no setor minerário com US$ 1.390.770.964 somente no primeiro semestre de 2017, perdendo apenas para o minério de ferro, que corresponde a US$ 10.055.956.115 das exportações no primeiro semestre de 2017.
A extração de zinco em Minas Gerais corresponde a 100% deste minério explorado no Brasil e é concedida à Votorantim Metais, presente nos municípios de Vazante e Paracatu. 
Além do ouro e do zinco, existe uma grande quantidade de pequenas minas de gemas, quartzo, feldspato e uma única mina subterrânea de lítio situada no médio Vale do Jequitinhonha na cidade de Araçuaí/MG. 
A substância mineral mais explorada nas minas subterrâneas do Brasil é o ouro com 22 minas, seguida das gemas e quartzo com 21 minas e carvão com 10 minas em Santa Catarina. 
Geralmente, os métodos e processos utilizados na produção das minas subterrâneas brasileiras são modernos, estando próximos, em termos de segurança e métodos de lavra, aos países de referência (Suécia, Finlândia, Canadá, Chile, África do Sul e Austrália). 
Os países de referência concentram o maior número de minas, universidades, instituições de pesquisa, fornecedores de equipamentos e conhecimentos relativos ao contexto da mineração subterrânea. As empresas do Brasil buscam acompanhá-los e desenvolver as mesmas condições. 
Proximamente, teremos importantes projetos de mineração subterrânea entrando em operação, como o projeto de zinco da Votorantim Metais em Aripuanã (Mato Grosso), o projeto de potássio da Mosaic (Sergipe), além de expectativas como o projeto de urânio em Caetité-BA sob avaliação da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e futuros projetos de cobre da VALE (PA). Em 2017, segundo o CAGED7, houve a criação de 67 mil novos postos de trabalho formais no setor mineral. 
É importante que sejam fomentadas pesquisas e condições políticas, econômicas e normativas que viabilizem a mineração subterrânea, buscando promover o desenvolvimento com compromisso social e ambiental.
*PATRICK LUIZ DE CASTRO ROCHA FERREIRA é mestre em Tecnologia Mineral, professor do Curso de Engenharia de Minas e Engenharia de Produção das Faculdades Kennedy de Belo Horizonte e NELSON FERREIRA FILHO é doutor em Engenharia de Produção, Coordenador e Professor do Curso de Engenharia de Produção das Faculdades Kennedy de Belo Horizonte.
 

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