Hemorragia obstétrica

29/03/2017 às 15:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:55

Gabriel Osanan*

Também conhecida como puerperal, a hemorragia pós-parto vitimiza 140 mil gestantes por ano no mundo, sendo considerada uma das principais causas da mortalidade materna. O problema ocorre quando há perda sanguínea superior a 500 ml após o parto vaginal ou 1.000 ml em cesarianas. 

Acredita-se que a maioria dessas mortes poderia ser evitada se os riscos maternos fossem identificados antes do parto e as equipes assistenciais e as maternidades se preparassem para atender quadros graves de hemorragia como rotina.

É preciso que o médico esteja atento aos fatores de risco e aos sinais visíveis de sangramento materno. É importante que essas instituições tenham protocolos claros sobre como proceder. A mãe também pode ir se preparando para o momento do parto com atividades físicas para fortalecimento, pré-natal correto para que o médico a conheça bem e deve estar em dia com as medicações indicadas. 

Na maioria das vezes, a perda de sangue excessiva acontece por incapacidade do útero de se contrair e estancar o sangramento no local em que a placenta se soltou. O sangramento pode ocorrer por lacerações no canal do parto, por presença de tecidos que não foram expulsos ou ainda por deficiência materna de coagulação ou anatomia do canal do útero.

Em geral, ocorre logo após a saída do bebê ou nas primeiras horas após o nascimento. De forma menos comum, pode surgir dias depois de um parto. Nessas situações, deve-se incluir as infecções ou mesmo a doença trofoblástica gestacional como outras possíveis causas do sangramento.

Algumas das complicações são a anemia, a retirada do útero e, até mesmo, a morte materna. Na fase de recuperação, ela pode apresentar febre, dores abdominais, fraqueza e sangramentos e deve ser encaminhada novamente para o hospital para avaliação e cuidados.

Atuar de forma ágil e integrada é fundamental para evitar maiores complicações. É a gravidade de cada caso que determinará a complexidade do tratamento e as consequências da hemorragia.

(*) Diretor de ensino e residência médica da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) 
 

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