Mídias na escola e escola nas mídias: O grande desafio do novo

26/04/2017 às 16:19.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:18

Danilo Fonseca Silva*

A comunicação realizada por meio de novas plataformas digitais e mídias sociais é um fenômeno contemporâneo popular, rápido, abrangente e intenso, dada a possibilidade de participação de uma ampla diversidade de pessoas. Diante das potencialidades das novas tecnologias e de seus recursos, o diálogo se intensificou além dos limites da sala de aula convencional: espaços escolares virtuais podem ser criados em redes sociais na internet, gerando ambientes não-convencionais de grande potencial para o diálogo.

O processo educativo se mescla ao processo comunicativo à medida que abandona o tradicional estímulo-resposta, ou o “manda quem pode, obedece quem tem juízo” e absorve projetos pautados numa construção conjunta. Essa concepção de educação exige ousadia e criatividade de professores e alunos, numa constante preparação pessoal que visa a solução de problemas que surgem a partir da própria prática social e acadêmica. 

O uso constante dos smartphones, por exemplo, faz parte do cotidiano dos alunos e tal comportamento, já assimilado à cultura atual, demanda melhor compreensão e aproveitamento. A utilização dos novos dispositivos de comunicação interativa em atividades escolares pode fomentar o diálogo construtivo entre alunos e professores? 

Cabe ressaltar que a interface entre as áreas de educação e comunicação constitui um novo campo do conhecimento, chamado Educomunicação. A educação, enquanto ação comunicativa, é um fenômeno que permeia todas as maneiras de formação de um ser humano e, sob a mesma ótica, toda ação de comunicação tem, potencialmente, uma ação educativa. 

Nesse sentido, a construção de uma comunicação dialógica e participativa no ambiente escolar, amparada por uma eficaz gestão compartilhada por órgãos governamentais, administração escolar, docentes, alunos e a comunidade abre oportunas perspectivas de melhoria motivacional e de fortalecimento dos laços entre alunos e professores ao longo do processo de aprendizagem.

O semear do terreno para o surgimento desse ambiente colaborativo é, então, responsabilidade estratégica da comunidade acadêmica e da sociedade, que precisam, de forma intencional, inserir em suas práticas cotidianas a cultura educomunicativa, rompendo os obstáculos que possam se impor, especialmente no que se refere à resistência à mudança. Tais iniciativas têm o desafiador objetivo de se apropriar do novo e retirar das atuais plataformas de comunicação o estigma pejorativo de simples ferramentas de entretenimento e distração, responsáveis, numa perspectiva míope, por um baixo rendimento escolar.

(*) Mestre em Tecnologias, Comunicação e Educação, professor e coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Promove

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