Zé Silva*
Em 2016, conforme noticiado amplamente no mundo todo, o aquecimento global atingiu marcas inéditas em três anos consecutivos, ou seja, recordes estabelecidos de altas temperaturas desde 2014. E isso é um indicativo do acerto da convergência de visões de que o aquecimento global é sim, uma realidade, sustenta o acordo mundial alcançado na Conferência do Clima de Paris, realizada no final de 2015, a COP 21. E quanto ao Brasil, que apresentou um propostas ousadas e metas desafiadoras, reitero aqui algumas considerações que já fiz nesse espaço.
Por exemplo, a de que qualquer que seja a natureza de outras crises, como a econômica que ora enfrentamos, não se pode perder de vista a urgência na implementação de nossas propostas.
Tivemos de fato uma intensa participação em Paris, e nos destacamos com as propostas de ações e medidas que apresentamos, principalmente com aquelas diretamente ligadas com as atividades rurais. E aqui, sobressaindo pelas dimensões das metas e desafios, as propostas de plantar 12 milhões de hectares de florestas, recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, e plantar cinco milhões de hectares consorciados em lavoura e pecuária, fortalecendo a produção sustentável dessas atividades. São projetos ambiciosos, mas estão de acordo com os desafios que se precisa superar para restabelecer o equilíbrio ambiental da Terra.
Para essas propostas brasileiras, especificamente as que demandam intervenções diretas nas atividades agrícolas, embora ousadas e desafiadoras, tenho convicção da capacidade de produtores rurais e empreendedores, em seus mais diversos perfis e características, de realizá-las conforme as metas estabelecidas.
Mas, para tanto, é preciso um apoio efetivo de parte dos governos. E nesse sentido, chamo a atenção para um ponto: é necessário que os serviços da assistência técnica e extensão rural sejam fortalecidos e valorizados como essenciais para a implantação dessas ações no meio rural. Vamos adiante retomar essa questão, mas vale adiantar que, com a consolidação da Anater – Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, o governo federal vem fazendo a sua parte, criando as bases para o fortalecimento e a universalização desses serviços.
(*) Agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG