Novo tempo, novas possibilidades

03/01/2017 às 16:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:18

Zé Silva*

Neste começo de ano, continuo aqui tratando de questões que nos levaram a apontar, em artigo da semana passada, que a crise econômica que vivemos traz também, apesar de tudo, um ambiente de esperança. Apontamos então que uma dessas questões que pode nos ajudar na superação de grandes desafios com a crise é a possibilidade de os municípios se consorciarem e enfrentar solidariamente dificuldades e obstáculos comuns.

A chamada economia verde, tema recentemente debatido por especialistas no Fórum Desenvolvimento e Baixo Carbono, realizado na capital paulista pelo jornal Folha de São Paulo, Insper e Instituto Escolha, é outra grande possibilidade de avanços e desenvolvimento sustentável para nossos municípios. E, de modo especial, para o setor agrícola.

Economia verde é um conjunto de processos de produção que busca preservar o meio ambiente e os recursos naturais, e potencializa as melhorias do bem-estar humano e igualdade social, segundo a definição do Pnuma – Programa da ONU para o Meio Ambiente.

Pois bem, se o Brasil e todas as demais nações que se reuniram no final de 2015 na ONU para a adoção de uma nova agenda de desenvolvimento global quiserem de fato cumprir o acordado para uma nova ordem econômica e ambiental, não há mais o menor tempo a perder: é partir decididamente para mudanças substanciais e concretas em direção a uma economia limpa, a chamada economia verde, que é um dos pilares do desenvolvimento sustentável.

Os especialistas que participaram do referido fórum elencaram como áreas fundamentais para a transição a essa economia verde o agronegócio, a produção de energia, biomateriais e reflorestamento. Todas essas áreas estão dentro das atividades da economia agrícola, e abrem amplos horizontes para os produtores rurais, para a sociedade e para toda a população rural brasileira.

Mas algumas oportunidades para o desenvolvimento sustentável, com geração de renda e preservação ambiental no meio rural, já estão dadas no Brasil, e devem ser aproveitadas com vigor daqui em diante. Por exemplo, uma questão que tratamos no processo de construção do novo Código Florestal, quando foi aprovada nossa Emenda Aditiva instituindo o conceito de crédito de carbono.

Com a medida, o Brasil tem agora as condições para criar uma legislação adequada para que os produtores rurais comercializem crédito de carbono, trazendo novas oportunidades de renda, de melhoria das receitas municipais e ainda favorecendo ações de preservação ambiental no campo. Dessa forma, novas possibilidades de desenvolvimento e renda não vão chegar apenas quando se concluir a transição para uma economia verde, mas acontecem também durante todos os processos dessa transição.

E todos nós, afinal, buscamos uma sociedade mais igualitária, mais justa, e nessa caminhada o setor rural brasileiro tem dado permanentemente sua contribuição. Portanto, devido a perspectivas como essas, aliadas ao potencial de nossos recursos naturais, e ainda com as tecnologias, criatividade e força empreendedora dos produtores rurais, os desafios para superação da crise econômica serão certamente vencidos.

(*) Zé Silva é agrônomo, extensionista rural,deputado federal pelo Solidariedade/MG

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