O herói da Vingança

19/03/2018 às 21:42.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:56

Mauro Condé

Nascimento era um garoto mineiro, negro e pobre, que morava no interior de São Paulo. Sua primeira lembrança mais marcante foi ver o pai, a mãe e todo o Brasil chorarem de tristeza diante da humilhação de uma derrota imposta por um país estrangeiro em uma batalha em território brasileiro (em pleno Rio de Janeiro).
Naquele dia, Nascimento teve uma visão do futuro (8 anos antes) e fez uma promessa para o pai de vingar aquela derrota humilhante, quando crescesse. Sua promessa de vingança se transformou numa causa pela qual ele passou a viver todos os dias e direcionou a escolha de sua profissão.

Para atingir sua visão de futuro, ele precisou conhecer sua posição no presente e descobrir a lacuna que existia de onde ele estava até onde ele queria chegar, traçar um mapa para fazer esse trajeto e elaborar sua estratégia para remover obstáculos como a pobreza. Praticava sua arte pelas ruas, descalço e improvisando seu instrumento de trabalho com meias velhas embrulhadas umas dentro das outras. Um dia, vendo o pai fazer seu trabalho como faxineiro de um clube, ouviu do mesmo um conselho que mudou sua vida: “Nunca tenha vergonha de ser quem você é e de fazer o melhor que puder a partir disso”.

Diferenciado, ganhou fama pelas ruas até atrair a atenção de um grupo profissional que o contratou para praticar a sua arte de forma não mais amadora.
Destaque do grupo, foi precocemente convocado para servir ao exército dos melhores do país e participar da guerra em território inimigo, contra o qual, após vencer algumas lutas, disputou a batalha final e venceu. A promessa de vingança que tinha feito para o pai estava cumprida.

Esse texto detalha uma dica de plano de carreira para todos aqueles que querem vencer na vida e foi inspirado na história real do Nascimento, cujo primeiro nome é Edson Arantes, o Pelé. Sua arte é o futebol, seu instrumento de trabalho uma bola e as guerras aqui citadas foram as finais das Copas do Mundo de 1950 no Brasil (quando a Celeste (Apelido da Seleção Uruguaia) fez o Brasil inteiro chorar, derrotando-o em casa) e a Copa do mundo de 1958 (quando o Brasil derrotou a Suécia em território inimigo). Nascimento foi o herói da vingança e aquele foi o dia dele fazer a Celeste (nome de sua mãe) chorar.


* Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco
 

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