Flavio Santiago (*)
Um dia o passado virou para o presente e disse “Não existe futuro”.
O presente indignado com o absurdo dito pelo passado disse “Eu sou o seu futuro. A cada instante que você fala comigo, novas estradas se desenham no espaço e no tempo”.
O passado retrucou e disse “Balela. Você é uma construção ideológica da minha mente. Posso mudar os rumos e, com isto, seguir caminhos completamente obtusos aos que você tem indicado”.
O presente, incomodado com a questão, fez questão da contraprova. Titubeou um pouco, mas logo disse “Meus devaneios são materializações dos seus frívolos pensamentos”.
O passado ficou furioso e continuou a defesa de sua argumentação e propôs “Eu sou o presente que conversa, o que você me disse já retrata minha mais pura identidade, ou seja, já é passado.
Foi quando o futuro apareceu. Todos ficaram surpresos. Atônitos, na verdade. Parecia uma figura mitológica com suas nuvens e coisa e tal.
Bom, o Futuro interveio e disse “Quando o passado não se preocupa com o presente, minha vida é inóspita. Quando o presente desdenha e desvaloriza o passado, minha vida é de pura frivolidade. Mas, quando ambos se constroem com sabedoria e respeito, eu, o futuro, fico cheio de esperanças.
(*) Major da Polícia Militar de Minas