Por que não um imperador?

11/09/2017 às 15:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:30

Aristóteles Drummond*

Curioso o nosso país. Discute-se uma ampla reforma política e nenhuma referência a uma consulta popular que venha a incluir a opção da monarquia parlamentarista, semelhante ao que ocorre em democracias sólidas como Inglaterra,

Espanha, Holanda, Suécia, Noruega, Luxemburgo, Bélgica e tantas outras. No plebiscito de 93, a opção teve 13%, maior do que o PT na mesma época. E isso sem campanha organizada e ainda com a legitimidade da sucessão contestada pelo príncipe Pedro Gastão, que alegava ter precedência sobre o primo D. Luís, filho de seu primo D. Pedro Henrique, que era o Chefe da Família Imperial. Questão já pacificada. 

A monarquia que tivemos por 67 anos foi positiva sob todos os aspectos. O Príncipe regente Pedro I foi o responsável por nossa separação de Portugal. Depois, passamos por regências que aguardavam a maioridade do herdeiro do trono, sem o regime sofrer qualquer contestação. Na sequência, tivemos 49 anos de Pedro II, com a interinidade por diversas vezes de sua filha  Izabel, considerada a mais estimada brasileira em todos os tempos. 

O prestígio da Casa de Bragança ficou intacto ao longo do tempo. E de presença global. D. Antônio, o terceiro na linha, mas sendo seus irmãos solteiros, é casado com a Princesa de Ligne, de uma das mais antigas e respeitadas famílias da nobreza europeia. O seu primogênito, D. Rafael, é apontado como um valor em sua geração.

Na América Latina, o único regime parlamentar que deu certo foi o nosso, no tempo do Império. O temperamento latino dificulta a divisão de poderes, o que garante a estabilidade pelo poder moderador ser realmente moderador. Não é da cultura das elites latino-americanas, mas, no nosso caso, a Família Imperial, há gerações, vem sendo educada dentro do compromisso democrático e ético da melhor nobreza europeia.

No momento em que a sociedade aspira por valores éticos, morais, de educação e cultura compatíveis com a grandeza nacional, o exame da questão não poderia ser eliminado ou ignorado. Mesmo os preconceituosos têm de admitir que nossa tradição monárquica foi impecável, assim como a postura digna, patriótica, discreta e sem ambições, se não as de servir, da Família Imperial do Brasil. 

Escritor e jornalista

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