Redução da Selic

12/12/2017 às 15:08.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:12

Aroldo Rodrigues*

No último dia 6, o Conselho de Política Monetária do Banco Central abaixou a Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia no Brasil, de 7,5% para 7% ao ano, atingindo o seu menor valor desde o início da série histórica do Banco Central em 30 anos. Mas penso que ainda falta avançarmos muito para que a Selic chegue a um patamar razoável. Essa redução dos juros provoca efeitos na economia, mesmo que não sejam de curtíssimo prazo, ou perceptíveis à maioria da população.

Um dos efeitos da queda nos juros é a alteração do rendimento da caderneta de poupança. A regra atual para o rendimento da poupança, que está em vigor desde 2012, prevê que, sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% a correção da caderneta de poupança deverá ser 70% Selic mais taxa referencial. Já era o caso antes do último corte, a questão é que agora com o corte na taxa básico, se reduziu ainda mais o rendimento.

A taxa de juros paga pelo consumidor para obtenção de crédito também sofreu redução atingindo menor patamar desde outubro de 2015. Mesmo com essas quedas o crédito no Brasil ainda é um produto muito caro, haja vista o cartão de crédito e cheque especial, que mesmo com a redução dos juros tiverem suas taxas reajustadas para cima no mês passado.

As instituições financeiras justificam que a taxa Selic é apenas um dos pontos que compõem o custo do crédito. A taxa de inadimplência no Brasil ainda se encontra elevada, aumentando risco das operações, principalmente para créditos pré-aprovados onde não há consulta prévia para a liberação do recurso. Nesses casos os juros chegam a 12,84% ao mês para o cartão de crédito e 12,25% a.m no cheque especial. Taxas bem acima do empréstimo pessoal, que em novembro foi de 4,2% a.m. 

A inflação deve fechar o ano em 2,88% abaixo do piso da meta, que é de 3%. A inflação sobre controle cria um ambiente ainda mais favorável à redução das taxas de juros sentidas pelo consumidor, pois mesmo levando em conta a taxa básica, inflação, impostos e custo de captação do dinheiro, as taxas do crédito têm muita gordura pra queimar.

(*) Economista

  

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