Mauro Condé*
Mais de 50% dos trabalhos que existem hoje devem desaparecer nos próximos 15 anos por causa dos avanços da tecnologia, agravando a terrível crise de desemprego atual.
Menos de 100 pessoas no mundo detém mais da metade de todo o dinheiro que nele circula. Por outro lado, a metade mais pobre da população mundial detém menos de 1% desses recursos. Afinal que mundo é esse em que vivemos hoje?
Deveria ser proibido uma pessoa ganhar muito dinheiro e não fazer nada pelos outros, nada para melhorar o mundo. Então como acabar com o desemprego? Simples – “Esqueça O Emprego” –, esta é uma ideia que compartilho com muita paixão.
Ela é defendida por Muhammad Yunus, conhecido como o banqueiro dos pobres. Ele ganhou o prêmio Nobel da Paz por ter fundado, com sucesso, na década de 80, em Bangladesh, uma instituição para fomentar o conceito do microcrédito – empréstimos feitos, sem nenhuma garantia ou papéis à gente muito pobre que nunca antes tinha tido acesso ao sistema bancário, principalmente mulheres. O resultado foi absurdamente incrível, nível quase zero de inadimplência e empreendedores que saíram do nada para criar negócios sustentáveis que hoje resolvem graves problemas em suas próprias comunidades.
E porque não espalhar esta ideia pelo mundo? Como bem provoca Muhammad: “Quem disse que nascemos para procurar emprego? A escola? Os professores? Os livros? Sua religião? Seus pais?” Alguém colocou isso na cabeça das pessoas. Um sistema educacional ultrapassado repete: “Você tem que trabalhar duro”. Seres humanos não nasceram pra isso.
O ser humano é cheio de poder criativo, mas o sistema o reduz a mero trabalhador, capaz de fazer trabalhos repetitivos que estão cada vez mais ameaçados pelos avanços tecnológicos. Isso é vergonhoso, está errado. As pessoas precisam crescer sabendo que é uma opção se tornar empregado, mas que existe a possibilidade de ser empreendedor, ter sucesso seguindo o próprio caminho. É arriscado, incerto, há frustrações, mas é bem mais estimulante e no mundo louco de hoje em dia, de tanto desemprego e desigualdade, talvez seja a única solução.
Arrumar emprego é o que é seguro, garantido. Mas sua vida será limitada ao que decidirem por você. Arrisque, empreenda – você pode conseguir o que quiser se ajudar as outras pessoas a conseguirem o que elas querem e cobrar um preço justo por isso.
(*) Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco