Voar é menos perigoso do que internar!

19/07/2017 às 15:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:39

Gisele de Lacerda Chaves Vieira*

Os hospitais recebem todos os dias centenas de pessoas com o objetivo de recuperar a sua saúde. O que as pessoas não sabem é que a internação em hospitais também pode trazer danos à saúde. Enquanto há uma chance em 1 milhão de um viajante sofrer dano quando viaja em uma aeronave, há uma chance em 300 de um paciente sofrer um dano quando internado em um hospital. Esses danos, por sua vez, em aproximadamente 60% dos casos, podem ser preveníveis. Mas de que tipo de danos estamos falando? Estamos falando de infecções, lesões na pele de todos os níveis, erros de medicação, ocorrência de quedas no ambiente hospitalar, troca de exames, cirurgias em locais onde não deveriam ser realizadas e muitos outros. E é por esse motivo que muitos programas estão sendo instituídos mundialmente e nacionalmente em prol da segurança do paciente. 

Nesse sentido, os profissionais da saúde e, especialmente, os enfermeiros, encontram-se diretamente envolvidos nesses programas. Mas não podemos contar apenas com esses profissionais, é importante, também, incluir os pacientes e seus familiares para evitar que esses erros aconteçam. Para isso, ações simples podem ser instituídas. Por exemplo, pacientes e familiares possuem o direito de exigir a lavagem de mãos dos profissionais da saúde antes de receber qualquer cuidado. Outra ação importante, é exigir que o paciente receba uma pulseira de identificação com o nome completo e o número de registro de internação. Além disso, antes de receber medicações ou se submeter a exames, é importante perguntar o que será feito e por que será feito.

Estas ações podem evitar a realização de procedimentos em pacientes errados. Antes de realizar procedimentos cirúrgicos, é direito do paciente ser submetido à avaliação médica para realização do risco cirúrgico. Além disso, o local onde será realizada a cirurgia deverá ser marcado a fim de evitar que  seja realizada no local errado. Ainda, para pacientes que não conseguem se movimentar na cama sozinhos, deve ser instituída a mudança da posição no leito, no mínimo, a cada duas horas. Isso irá evitar aquilo que chamamos de lesão por pressão, muito conhecido pelas pessoas como “escaras”. Ações simples como estas podem salvar vidas. Da próxima vez que entrar em um hospital, pense nisso!

(*) Enfermeira, doutora em Enfermagem pela UFMG, professora de Semiologia do Curso de Enfermagem da Faculdade Kennedy 

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