Você é um consumidor consciente?

27/09/2017 às 15:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:45

Daniela Duarte e Jackson Cabral*

 
A nossa história é marcada por momentos de ruptura que são determinantes para as mudanças comportamentais, tecnológicas e gastronômicas. Afinal, como diz Charles Darwin, “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Para garantir comida de qualidade para seus soldados, Napoleão Bonaparte lançou um concurso para descoberta de métodos de conservação de alimentos, e assim surgiu o processo de enlatamento. Já o conceito de fast food foi consolidado no período entre guerras nos Estados Unidos, com formato de produção em série para dar mais agilidade ao serviço. Hoje, é um dos modelos mais difundidos no mundo pela praticidade e preços acessíveis.

Fazendo uma análise do momento atual, temos dois cenários: um em que a profusão de informação e a velocidade dos acontecimentos exigem que tenhamos mais eficiência e menos tempo. Tudo é corrido, inclusive as refeições. E outro em que vemos a necessidade de repensar a forma como consumimos os recursos naturais e resgatar a alimentação como um ritual. Aí é que entra o conceito do slow food ou comida lenta. Ser “slow” é também ser sustentável, é respeitar o tempo da natureza e valorizar o alimento. 

Você sabia que a agropecuária é a maior responsável pela emissão de gases do efeito estufa e que grande parte da área desmatada na Amazônia vira pasto? Esses dados podem até parecer distantes e talvez dê a impressão de que não há nada o que possamos fazer sobre isso. Porém, pense novamente, tudo está conectado com a forma como consumimos os nossos recursos. Repare na sua despensa e conte quantos ingredientes você tem com códigos de barra e qual o volume de lixo que você gera. Uma sugestão: desembale menos e descasque mais. Use as frutas e vegetais em sua totalidade. É na casca, inclusive, que está a maior concentração de nutrientes. 

A conscientização ambiental deve ter início na infância. A frase “você é o que você come” nunca fez tanto sentido com essa oferta maciça de produtos industrializados e alimentos com agrotóxicos, feitos para serem mais bonitos e durar mais. Outra sugestão: consuma saúde. O índice de diabéticos e hipertensos vem crescendo nas últimas décadas e a alimentação balanceada é fundamental para controle e combate dessas doenças da atualidade. 

A comercialização de orgânicos é uma prática que vem sendo cada vez mais popularizada. Atualmente, as pessoas querem saber qual a procedência dos alimentos para fazer escolhas conscientes, ideal para quem oferece ingredientes de qualidade a um preço justo. Quanto melhor nós, consumidores, compreenderemos o nosso poder de decisão de compra, maior será a facilidade para encontrar esses insumos no mercado. A boa notícia: Belo Horizonte está cheia de feiras com pequenos produtores que comercializam seus produtos orgânicos. 

(*) Daniela Duarte - Especialista em artes visuais, jornalista e estudante de gastronomia da Faculdade Promove de BH.
Jackson Cabral - Coordenador e professor do Curso de Gastronomia da Faculdade Promove de BH

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por