Momento de mudança

25/07/2016 às 08:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 19:59

A derrota de 2 a 1 do Cruzeiro para o Sport, ontem à tarde, no Mineirão, teve só o placar de diferença em relação à derrota de 3 a 0 para o Atlético-PR, também no Gigante da Pampulha, há duas semanas.

Não há dúvida de que o Cruzeiro foi superior ao adversário, teve o domínio do jogo na maior parte do tempo, criou muito mais chances de gols e demonstrou maior qualidade técnica.

Só que isso não é tudo no futebol. Em qualquer outro esporte coletivo, os melhores números e a maior qualidade técnica são decisivos. No bretão, não. Há algo a mais que determina o sucesso de um trabalho, de uma equipe.

E esse algo a mais, o Cruzeiro de Paulo Bento não tem. Muito pelo contrário. É um time extremamente exposto defensivamente e ineficiente no ataque. É claro que o treinador não tem culpa dos gols fáceis perdidos por Arrascaeta. Muito menos de Rafael Sóbis não ser o que imaginam que ele é, e não estar jogando nem o que já jogou.

Também não tem culpa da falta de bons laterais, das contratações de última hora. Na sua conta é preciso colocar muita teimosia, sendo que um marco nesse aspecto foi a escalação de Allano como titular no domingo passado, contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, com o jogador sendo emprestado ao Bahia, que joga a Série B, no dia seguinte.

Apesar da sua parcela não ser a maior no processo, é ´Paulo Bento quem tem que pagar o pato. Todo dirigente no momento de mudança de treinador diz que não pode trocar o time interior, pois isso demitiu o técnico.

E é mais ou menos assim que funciona mesmo. Não deu liga. Não deu certo a experiência do português no futebol brasileiro. A vice-lanterna do Campeonato Brasileiro é prova definitiva disso.

O péssimo desempenho dentro do Mineirão é para derrubar qualquer treinador. E não deve ser diferente com Paulo Bento. E se for verdade que o seu contrato prevê o pagamento integral dos seus salários e da sua comissão, até dezembro do ano que vem, sem o padrão de uma multa rescisória de dois ou três meses dos vencimentos, quem o contratou tem que ir junto.

Deveria, na verdade, é arcar com a multa, pois assinar um contrato desses é comprometer o patrimônio do clube.



A justa vitória de 1 a 0 do Atlético sobre o Palmeiras, quebrando a inven[/TXT_COL]cibilidade como mandante do líder do Campeonato Brasileiro, dá a pinta de ser a arrancada alvinegra rumo a briga pelo título.

Diminui para seis pontos a diferença em relação ao líder, se manteve colado no G-4 e, mais do que isso, mostrou um futebol convincente, como ainda não tinha jogado sob o comando de Marcelo Oliveira.

E muito da eficiência se deve às laterais ocupadas por Carlos César e Fábio Santos. Tecnicamente e ofensivamente, são inferiores aos titulares, Marcos Rocha e Douglas Santos, respectivamente.

Mas lateral é jogador de defesa. E eles deram equilíbrio ao setor defensivo do Atlético, que foi mais competente que o líder do Brasileirão.

Na reta final de returno, se alcançar pelo menos sete pontos nos três jogos que ainda disputará, contra Santa Cruz e Chapecoense, no Independência, e São Paulo, no Morumbi, o Atlético entrará na segunda metade do campeonato com todas as condições de brigar pela taça ou, no mínimo, pela quinta participação consecutiva na Copa Libertadores, o que seria um recorde na história do futebol mineiro.

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