O que Mano aprendeu na China?

25/09/2016 às 22:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:58

No ano passado, o curso feito por Mano Menezes em Portugal, administrado pela União Europeia de Futebol Associado (UEFA), foi apontado como um dos diferenciais do treinador, que fez um trabalho excelente na campanha de recuperação do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro.

O Cruzeiro de 2015 era um time equilibrado, pois mostrava muita força defensiva, e uma prova disso é que dificilmente sofria gol. Mas essa postura não tirava a força ofensiva da equipe, que apresentou, ao lado do Corinthians, o melhor futebol do Brasil na reta final da temporada.

O tripé de volantes era formado por Henrique, Willians e Ariel Cabral, com três homens de velocidade na frente, sendo que apenas Willian era fixo, com os outros podendo ser Alisson, Arrascaeta, Marcos Vinícius, Gabriel Xavier, com Leandro Damião sendo uma opção de referência.

Menos de um ano após sua saída para ir à China, Mano voltou ao Cruzeiro. E parece outro treinador. Aposta num time desequilibrado, pois marca mal e a velocidade ofensiva, uma marca em 2015, não existe mais.

O Cruzeiro não perdeu o primeiro tempo de ontem graças às boas defesas do goleiro Rafael e a falta de pontaria dos flamenguistas. Estava evidente que a recomposição do time era lenta, e mais lentos ainda, os contra-ataques.

Além disso, jogadores como Arrascaeta, Rafael Sobis e Robinho não passavam a impressão de que defendiam um time que briga contra o rebaixamento. Me passaram a impressão de disputar um amistoso de início de temporada.

No segundo tempo, o Flamengo caiu de produção, até pela melhor composição cruzeirense, e o gol de Rafinha colocou o jogo nas mãos do time de Mano Menezes. E mesmo assim, o Cruzeiro conseguiu, isso mesmo, conseguiu levar a virada.

E os 2 a 1 do Flamengo ganharam um culpado principal, pois o ídolo Ábila, que encantou no início da sua trajetória de azul, perdeu nos dois últimos jogos pelo Campeonato Brasileiro três chances que um centroavante que joga num grande clube não pode perder.

As chances desperdiçadas por Ábila no clássico contra o Atlético e ontem, diante do Flamengo, colocaram o Cruzeiro na zona de rebaixamento. No futebol, cada um tem que executar as suas funções com o máximo de eficiência possível.

E o problema do Cruzeiro é que duas peças importantes estão falhando. Ábila, nas conclusões na cara do gol. Mano Menezes, na armação da equipe. Será que o treinador andou fazendo algum curso na China?

Não há nenhum deboche na pergunta, podem estar certos disso. Mas não consigo entender como alguém mudou sua maneira de pensar futebol de maneira tão rápida como aconteceu com Mano Menezes nesses seis meses que ele passou na China.

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