Eu gosto muito mais de futebol que de um time de futebol. Sempre gostei, desde garoto. Isso me permitiu montar uma biblioteca razoável sobre o tema, pois nunca me preocupei apenas com as publicações que envolviam Fluminense ou Cruzeiro.
Minha vida escolar foi atrasada pelas bombas nos anos de 1982, quando foi disputada a Copa do Mundo da Espanha, e 1986, quando aconteceu a do México. Coincidência? Claro que não.
Já jornalistas, tive a sorte de escrever seis livros sobre futebol e organizar um, do amigo Roberto Drummond, sobre o centenário do Atlético com as principais crônicas que ele escreveu sobre o Galo, aqui no Hoje em Dia e no Estado de Minas, entre 1969 e 2002, ano em que morreu.
Fiz toda essa introdução para uma confissão: quem gosta de futebol e não vai aos jogos do América não sabe o que está perdendo.
Em tempos de batalha entre Nutela e Raíz, posso garantir, sem a menor dúvida, que as partidas do Coelho são uma verdadeira garrafada do Esporte Bretão.
Sabe aquele torcedor ou torcedora que vai ao jogo do seu clube fazer selfie, e que tanto incomoda a quem ama futebol, por achar que estádio não é lugar para isso? Nas pelejas americanas não tem.
Não sou da turma que se incomoda com a selfie, mas integro o grupo que se incomoda com o rumo que as redes sociais deram ao torcedor dos grandes clubes. Ficou um sujeito chato, intolerante, valente de internet, que só quer ler elogios ao seu clube e tem uma necessidade enorme de demonstrar paixão por ele. Uma coisa brega, exagerada, fora de propósito.
Nos jogos do América há apaixonados pelo Coelho. Aliás, todos que estão lá, são. E para eles isso basta. Por isso, meu lazer favorito relacionado ao futebol são os jogos do clube no Independência. Independentemente se está na Série A ou na B.
Quem vai ao Independência (não fale Horto, pois para os americanos o estádio fica no Sagrada Família) está lá simplesmente porque adora o América e o futebol. Me incluo na segunda turma, mas com uma inveja cada vez maior de quem faz parte da primeira.