Como será o amanhã?

17/04/2016 às 22:06.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:00

No final, a economia e uma nova perspectiva de governo falaram mais alto. Mas, assim como na canção “O Amanhã”, cantada pela primeira vez no desfile da União da Ilha, no Rio de Janeiro de 1978, o que irá nos acontecer?

Não existem vitórias ou derrotas para um Brasil que mais se parece com alguns de nossos vizinhos latinos. Temos que torcer para que o PMDB - um dos partidos que mais dinheiro recebeu e diretores indicou no Petrolão – não nos traga de volta velhos fantasmas. Quem não se lembra do governo Sarney? Da Inflação Sarney? Temos que pedir ao destino que nos conceda um sistema político diferente. Mesmo sabendo que o novo não é exatamente a novidade. É a realidade.

O dia de ontem começou com empresários ligando para deputados para “pedir” que votassem contra o governo. O argumento: a economia não mais tolera o governo Dilma Rousseff. Certamente que não. Mas, tolerará um governo Temer?

Do outro lado, deputados da base governista acordaram indecisos, nas residências deles, para pedir um voto de confiança. Mais um? “O meu destino será como Deus quiser”.

E o que irá querer o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)? O calor não nos deixa pensar. No entanto, a Corte suprema, dirigida pelo anti-petista Gilmar Mendes terá que decidir, até o próximo ano, se cassa a chapa formada por Dilma-Temer. Pode até, em uma decisão inédita tupiniquim, retirar o vice da chapa. Porém, é tão inusitado quanto confiar à cigana, de “O Amanhã”, o destino.

Há ainda a promessa comum feita por Dilma e Temer: um novo pacto pelo Brasil. Com quem? PP, PR, PDT e os outros, que são governo enquanto o governo não cair. Que espécie de pacto une todo mundo no mesmo barco para tratar do mesmo velho assunto? Um pacto que é muito mais por “espaço” no governo, seja ele qual for. Se Lula negocia cargos em hotel, Temer o faz em Palácio.

E até as eleições municipais – arrefecidas pelo calor do impeachment – entraram no pacote.

Em Minas, o PMDB decidiu apoiar o vice, com perspectivas maiores de ascensão, nas pode ficar sem a candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte. Gilberto Kassab, do PSD, espertamente negocia com Temer a fidelidade em troca da aliança nas três principais capitais para a legenda: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Cidades essenciais às eleições para governadores, deputados, senadores e presidente da República em 2018.

E o crime de responsabilidade? Parece o que menos importa. Nos discursos em plenário ontem, foram raros os deputados que analisaram os motivos jurídicos, de fato, que renderão ou não o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Por falar na presidente, o discurso não mudou: “É golpe”. Dilma pedalou, almoçou com Lula e tentou dissuadir mais uma meia dúzia de “traidores”.

Temer fez o mesmo, mas com os aliados. “Não é golpe”, sustenta ele. Golpe ou não a única certeza que temos é da incerteza. Dilma está ruim. Temer pode ser pior. Ou não. E se Dilma ficar, pode melhorar. Ou não. Enquanto isso, tudo vale no balcão de negócios. Isso dá samba!

“Como será amanhã? (Como será?) Responda quem puder (Quem sabe é Deus!) O que irá me acontecer? O meu destino será Como Deus quiser Como será?...”

Queira ele uma economia que nos propicie voltar a crescer, um novo governo, que não seja velho e uma força extraordinária para superar esse histórico 2016 (que não seja a Força do Paulinho)!

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