Eleições e reformas na berlinda com “Lava Jato”

14/04/2017 às 16:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:08

Com toda a cúpula da política brasileira envolvida na lista de Marcelo Odebrecht, ficará ainda mais difícil o debate sobre as reformas da Previdência e Trabalhista. A intenção do governo é votar o relatório do deputado Rogério Marinho, com alterações na legislação trabalhista, na próxima semana. E dar andamento com celeridade à Previdência também. 

Mas, como o ministro Eliseu Padilha, o líder do governo, senador Romero Jucá, os presidentes das duas casas e vários outros citados na lista da “Lava Jato” conciliarão as complicações políticas com a análise de temas tão importantes para a sociedade brasileira? 


Sindicatos já falam em uma grande manifestação no dia 1º de maio. Uma forma de pressionar, contando com o apoio popular. Não está descartada a convocação de greve geral contra as reformas. Desta maneira, o presidente Michel Temer (PMDB) corre o sério risco de ver o governo e o Congresso paralisados.
Com tantos parlamentares envolvidos na “Lava Jato” já se fala que, para evitar desgaste ainda maior quando resta pouco mais de um ano para as eleições, as medidas de impacto impopular poderiam ser abandonadas, ou extremamente flexibilizadas. 

Retorno
Alguns aliados do senador Aécio Neves (PSDB) dizem que ele pode candidatar-se a deputado federal, após a escandalosa lista da “Lava Jato”. 
Antes da divulgação da lista, pesquisa do Paraná apontava Aécio na liderança de um dos cenários para o governo de Minas. 


Mas já se suspeitava do vazamento das delações de Marcelo Odebrecht. Aécio, Temer e Lula foram os políticos mais atacados nas redes sociais. 

O mandato de Aécio termina no ano que vem. O mesmo vale para o senador Zezé Perrella (PMDB). 

Anastasia
Os tucanos acreditam que, se convencerem Antonio Anastasia, o PSDB pode ter chances de retomar o governo de Minas, mesmo ele tendo sido citado nas deleções da Odebrecht. 

O convencimento parte do pressuposto de que os delatores não narram encontros ou negociações com o senador. Dizem que contribuíram com a campanha de Anastasia, cujo codinome é “Dengo”, a pedido do senador Aécio Neves, que nega os fatos. 

Antes da delação, Anastasia liderava a disputa ao governo de Minas, conforme pesquisa do Instituto Paraná, mas recusa a candidatar-se.

Manifesto
Um grupo de intelectuais e artistas lançou um manifesto pedindo ao governo a adoção de cinco pontos para que o país volte a crescer. Além da redução da taxa de juros, é cobrada reforma tributária, “superávit na conta corrente do balanço de pagamentos que é necessário para que a taxa de câmbio seja competitiva, retomada do investimento público em nível capaz de estimular a economia e garantir investimento rentável para empresários e salários que reflitam uma política de redução da desigualdade e regra fiscal que permita a atuação contracíclica do gasto público, e assegure prioridade à educação e à saúde”. Entre os que assinam o manifesto estão o cantor Chico Buarque e o ator Wagner Moura. 
 

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