O PMDB pode garantir à presidente Dilma Rousseff (PT) a continuação do mandato. Mesmo rompido com o governo, o partido mantém a tradição de incoerência e divisão. No governo, a ordem é negociar no varejo com os parlamentares da legenda. E muitos já admitem não seguir a orientação da legenda.
“Vou votar de acordo com o que considerar correto. Vou analisar a parte jurídica e posso votar diferente da orientação do partido”, afirmou um deputado.
Dilma precisa de 172 votos na Câmara e 41 no Senado para continuar no comando do Executivo. Além do PP e PR, os dissidentes do PMDB podem lhe garantir os votos necessários.
Por isso, aconselhada pelo ex-presidente Lula, a presidente decidiu manter alguns ministros do PMDB. Kátia Abreu (Agricultura) e Marcelo Castro (Saúde) devem continuar.
No Senado, Renan Calheiros garantiria um terço dos votos do PMDB à presidente. Seis senadores andam em cima do muro. Esperam para ver quem dá mais.
Excluídos
Ao menos três deputados mineiros do PMDB não foram convidados para o encontro da bancada em Brasília que decidiu pelo rompimento do diretório regional com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). “Até o convite é feito de cima para baixo. Por isso, muitos não foram convidados”, reclamou um deles.
Outro parlamentar estava em Belo Horizonte, quando a reunião foi transferida, de última hora, para Brasília. O encontro ocorreu às vésperas do rompimento peemedebista, na semana passada, e mostra a falta de unidade do partido.
Incluídos
Nos bastidores, alguns nome de peemedebistas mineiros são cotados para um eventual governo de Michel Temer. Encabeça a lista o vice-governador Antônio Andrade. Ele é lembrado para o Ministério da Agricultura. Roberto Brant é outro quadro posto em cena.
Pêndulo
Após as desculpas do juiz Sérgio Moro, por ter divulgado escutas telefônicas cujo personagem principal é a presidente Dilma Rousseff, e a foto do PMDB rompido (que tem um sorridente Eduardo Cunha ao centro), a avaliação de petistas é a de que o pêndulo está chegando a um ponto de equilíbrio.
Quando as escutas de Lula e Dilma vieram à tona, o momento era de derrota próxima. Ninguém ousava dizer que a vitória estava garantida. Ao contrário, alguns petistas já imaginavam a descida da rampa do Planalto.
Mas, após os últimos acontecimentos, o mar começa a virar. É a avaliação de parlamentares do PT e de integrantes dos movimentos sociais. Para eles, a possibilidade de barrar o impeachment na Câmara é factível.
Para ver
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o convidado do Roda Viva de hoje. Falará sobre a crise política e institucional no Brasil. O programa vai ao ar a partir das 22h, ao vivo, na TV Cultura. Vale a pena conferir!