Entenda o significado dessa foto

16/05/2016 às 10:23.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:27
 (AFP)

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Quem viu o anúncio da equipe ministerial na última quinta-feira certamente pensou o que fazia o senador Aécio Neves (PSDB) ali, tão próximo e trocando amenidades com o presidente Michel Temer (PMDB). Alguns chegaram a imaginar que ele seria anunciado ministro, já que o cenário foi tomado por aqueles que assinaram as nomeações. 

Mas Aécio e Temer, raposas da política que são, teriam selado acordo de governabilidade com troca de alianças. O presidente sabe que o papel antes exercido pelo PMDB, agora caberá ao PSDB. Não se aprovarão medidas de qualquer ordem sem o apoio tucano no Senado e na Câmara. Por isso, Aécio fica na cadeira parlamentar. 

Aliados do tucano e do peemedebista contaram que eles negociam, nos bastidores, uma espécie de aliança em vários âmbitos. Aécio garantiria a parte da governabilidade que lhe cabe. 

E Temer estaria disposto a abrir mão de uma possível reeleição em 2018. Um adendo: ambos trabalham com a possibilidade de a presidente Dilma Rousseff (PT) ser afastada em definitivo em um prazo inferior a 180 dias. 

Desta maneira, Aécio poderia candidatar-se à Presidência da República. O problema dele é que José Serra, colega de partido e agora ministro, tem a mesma ambição. Mas neutralizar Temer já é meio caminho. 

Além da governabilidade, a negociação com Temer, conforme aliados, passa também pelas eleições municipais. 

Para a Prefeitura de Belo Horizonte, o tucano mineiro teria avalizado a candidatura do deputado federal Rodrigo Pacheco, do PMDB do presidente. Até então o PSDB mineiro apostava no nome de João Leite, deputado estadual, e costurava com o prefeito Marcio Lacerda (PSB). Agora, muda tudo.
Os tucanos decidirão se lançarão mesmo João Leite. É possível que ele seja candidato, pois o PMDB acredita que a pulverização pode ser uma estratégia benéfica. Assim, PMDB e PSDB caminhariam juntos em um eventual segundo turno.

Vai haver chiadeira de aliados. Temer prometeu a Gilberto Kassab (PSD), quando o processo de impeachment ainda estava na Câmara, que apoiaria a candidatura do vice-prefeito Délio Malheiros em BH. A ideia é negociar com Kassab para priorizar a aliança em São Paulo e Rio de Janeiro, deixando BH para Pacheco. 

O acordo entre Temer e Aécio estaria fechado com a última cláusula: apoio do PSDB a uma possível candidatura do PMDB ao governo de Minas. 
O problema de ambos é que política é como nuvem!

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