O governador Fernando Pimentel (PT) convidou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para receber a Grande Medalha da Inconfidência Mineira no próximo dia 21 de abril, em Ouro Preto. Ele seria o orador da cerimônia. Mas, após avaliação de ambos, aliados e assessores, cresceu a tese de que Lula não deve se expor neste momento.
Então, até ontem, a tendência era a de que ele não comparecerá à cerimônia. Tradicionalmente, grandes figurões da política participam do evento, a convite do governador. Os nomes indicados para receber a medalha são aprovados por uma comissão, composta por representantes dos três poderes.
Mas quem escolhe o joio é mesmo o governador. Foi ele, por exemplo, que decidiu pela polêmica homenagem a João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Sem-Terra (MST). E também é já tradicional discursos políticos em defesa de bandeiras levantadas por aqueles que comandam a cerimônia.
Aécio Neves (PSDB), quando governador, homenageava lideranças com ideologias semelhantes a sua. Tinha no pacto federativo a bandeira de quase todos os discursos em Ouro Preto.
Pimentel escolheu Lula por motivos óbvios. O palanque era ideal para o ex-presidente expressar o que de melhor sabe fazer: discursos inigualáveis. Porém, a avaliação dos estrategistas é a de que ainda não é o momento para a atração de holofotes.
Lula é o nome do PT para a Presidência da República em 2018. Só não será candidato se for preso ou tornar-se ficha suja. Caso alguma dessas se concretize, o plano B do PT é apoiar Ciro Gomes (PDT) em uma chapa que teria o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) como vice.
A plataforma de campanha será a volta do crescimento e dos direitos trabalhistas. Com a aprovação da terceirização e a reforma da Previdência no radar, pesquisas internas mostram que Lula teria chances consideráveis de vitória.
Por tudo isso, a jararaca deve hibernar nos próximos meses para atacar mais à frente. No entanto, como se trata de Lula, nada o impede de mudar de ideia e ignorar o conselho de aliados.
Previdência
A Assembleia Legislativa promove hoje debate com a presença de deputados federais sobre a reforma da Previdência. Deputados mineiros também percorrem o interior do Estado contra a reforma.
Prestígio
O deputado federal mineiro Rodrigo Pacheco (PMDB) comandará a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a de maior relevância na Casa.
Mas a indicação não acalma os ânimos da bancada mineira, que reivindica um ministério no governo de Michel Temer (PMDB).
Passeou, perdeu!
Dois policiais militares de Paracatu, no Noroeste mineiro, foram multados em R$ 5 mil pelo Tribunal de Contas da União por utilizarem viaturas para fins particulares. Eles utilizaram o veículo oficial entre os anos de 2009 e 2011.