Lula, o mercado e Bolsonaro: Temos muito a temer

12/07/2017 às 17:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:31

A condenação do ex-presidente Lula a nove anos e meio de prisão culminou, ontem mesmo, na politização do que já era esperado, acirrou os ânimos no país, deu fôlego à candidatura de Jair Bolsonaro e trouxe certo alento ao mercado. 

Em vários estados, o PT convocou atos de desagravo em favor de Lula. Em Minas, a direção estadual do partido reuniu militantes na Assembleia Legislativa. A ordem dentro do partido é resistir nas ruas e nas redes sociais. Protestos devem ser convocados, mas devem ser pontuais e apenas no calor do momento. Lula poderá se candidatar, caso não seja condenado em segunda instância até o registro da chapa. A campanha centrará fogo nas conquistas, inegáveis, da Era Lula. Os petistas pretendem transformar a sentença de Moro em uma peça política, reforçando o discurso de perseguido político. 

Porém, é preciso ter atenção para que não caiamos em armadilhas de todos os lados. Desde o início do ano, o Instituto Paraná realiza pesquisas sobre a preferência presidencial para o próximo ano nos estados. Lula lidera na maior parte deles, mas perde em alguns para Jair Bolsonaro, que está na vice-liderança quando o petista assume a ponta. 

Com o desgaste de Lula, Bolsonaro pode assumir a liderança. Óbvio que estamos a mais de um ano do pleito. Porém, é um fato para se observar com atenção. Bolsonaro não nos livraria de crise alguma. Então, a sentença de Lula também deve abrir espaço para que partidos construam lideranças capazes de vencer a disputa. O próprio PT deveria elaborar um plano B. No PSDB, a vaidade do governador Geraldo Alckmin pode tirar o prefeito de São Paulo João Dória do páreo. 

Mercado

Se o ex-presidente Lula conseguiu manter conquistas inegáveis durante a gestão, o mercado agora espera um novo rumo a um país afundado pelos últimos anos de gestão petista. Ontem, o dólar caiu e a bolsa subiu. O que os investidores desejam é estabilidade. E sabem que os processos acumulados por Lula não  darão esse tipo de tranquilidade. 

“A condenação dele vai, evidentemente, minar a sua candidatura para 2018, o que é muito bom para o mercado, pois, depois de validar essa condenação em segunda instância, mesmo com preferência popular, ele tem carimbada a sua ‘saída’ da corrida presidencial em 2018. Imaginando uma possível candidatura, a volta do ex-presidente Lula mudaria a equipe econômica que hoje é totalmente pró-mercado”, comenta Fernando Bergallo, Diretor de câmbio da FB Capital.

“O mercado reage de maneira muito positiva, bem forte. Primeiro que o Lula é uma carta fora do baralho para 2018, mesmo com as pesquisas mostrando ele como um candidato forte popularmente. Outro ponto é a chegada de um possível desfecho, pois os investidores atuavam com incertezas sobre estas questões. É um momento que dá tranquilidade de que o Brasil tem, sim, confiança e segurança para investir”, Pedro Coelho Afonso, economista e diretor de Investimentos.

Bom, o mercado já deu seu recado: quer as reformas, não quer Lula e nem a instabilidade política de Michel Temer. 
Talvez, esteja no momento para inovarmos, sem jogar às cobras aqueles que nos possibilitaram chegar até aqui. É preciso um reestarte!

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